Uma das coisas que mais fiz em 2009, ano em que me mudei para Londres, foi ir a todo show ao vivo (gigs, como a gurizada chama por aqui) que eu podia ir. Vi banda que sempre sonhei em ver, que nunca tinha ouvido falar e até umas que tinham acabado e resolveram voltar. Foi um belo ano, mas, hoje em dia, eu faço diferente: vou a festivais.

Existe mais de um tipo de festival por aqui: por exemplo, tem os que acontecem em alguns dos parques de Londres, normalmente durante o fim de semana — esse é o mais barbada de ir, só entrar no metro, curtir e voltar sem problemas para casa no fim do dia e então repete tudo na manha seguinte — e tem aqueles que duram dias e o pessoal fica no acampamento. Esses são os mais bacanas — uma experiência diferente que te tiram do cotidiano. Tu fica todo esse tempo imerso numa atmosfera muito legal e assiste, e às vezes participa, de inúmeras performances artísticas.

O meu preferido — e o de muita gente, pois os milhares de ingressos esgotam em horas — é o Glastonbury. Sendo um dos maiores, é como se fossem vários festivais em um só: esse ano serão cerca de cem palcos, com música, teatro, cabaret, circo e muito mais. E a melhor parte, comparado com outros festivais a que eu fui, é que o acampamento e os palcos são todos dentro da mesma área, enquanto em outros festivais ficam à parte. Isso muda tudo: pensa que legal acordar e se espreguiçar na frente do teu palco preferido?

Mesmo com esse porte, tudo é muito organizado, sendo praticamente uma cidade temporária — então, qualquer imprevisto (tipo quando minha barraca começou a vazar água da chuva), tu resolve sem muitas dificuldades.

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Sobre acampar tantos dias, compartilho meu mantra: se ninguém toma banho, é como se todo mundo tomasse... E a dica: em festival inglês, chuva e lama são quase a regra, então é bom investir em boas botas e meias, por que bolha no pé pode estragar tudo. O resto a gente encara feliz.

Então, na próxima vez que planejar tua viagem, considere um festival — te garanto que a experiência é única.

*Estudante gaúcho, Miguel mora em Londres