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Itapema FM  | 15/10/2010 07h57min

Gotan Project lança Tango 3.0 hoje à noite em Porto Alegre

Show será no Teatro do Sesi às 21h

DANIEL FEIX

– É o nosso melhor show – diz Philippe Cohen Solal sobre a turnê do disco Tango 3.0, que chega hoje à noite ao Teatro do Sesi, em Porto Alegre.

Não deixa de ser autopropaganda, mas a sentença do francês do trio Gotan Project está bem fundamentada:

– Nosso primeiro show (La Revancha del Tango) era muito espontâneo. Estávamos apresentando algo bem diferente, surpreendente até para nós. Já o segundo (do álbum Lunático), em oposição a isso, foi muito sofisticado. Agora conseguimos encontrar um meio termo, um formato que contempla espontaneidade e sofisticação.

Solal fala com ZH por telefone de Salvador, Bahia, onde a banda tocou na quarta-feira, depois de se apresentar no Rio e em São Paulo. Está radiante com a boa recepção do público do Brasil – um dos países que mais “compraram” a fórmula do tango eletrônico, que tem no Gotan Project um de seus inventores e principais representantes ao lado do Bajofondo Tangoclub.

– Esta série de apresentações aqui no país não podia estar sendo melhor – afirma. – Em parte foi das reações do público que tirei essa percepção de que esse é o nosso melhor show.

Tango 3.0 reitera a contemporaneidade do som do Gotan – que não é tango, deve-se ressaltar. O disco mistura referências que vão do blues à cúmbia, passando pelos ritmos eletrônicos e por inúmeras citações, algumas delas, repetindo recursos de trabalhos anteriores, pinçadas da cultura pop. Melhor canção do álbum, Rayuela referencia o romance-enigma de Cortázar, O Jogo da Amarelinha (Rayuela no original). Tem até a voz do escritor argentino, que numa gravação lê fragmentos de sua obra-prima.

– Em seus últimos anos, Cortázar morou no mesmo prédio em que hoje ensaiamos em Paris. Isso foi marcante para nós durante todo o processo de gravações – conta Solal.

Tango 3.0 não chega a ser enigmático, mas é como se brincasse com o ouvinte criando climas muito diferentes entre si ao longo das 11 faixas – à batida dançante segue um trecho em que se ressalta a sensualidade da música latino-americana até, de repente, irromper um coro infantil como a lembrar que tudo não passa de uma grande brincadeira de jogar pedrinhas e pular as casas numeradas para se alcançar o céu.

– Não gosto muito do rótulo “tango eletrônico” – diz Solal. – Ele é redutor. Somos muito gratos quando nos chamam de pioneiros dessa onda, mas buscamos algo mais amplo. O Massive Attack (banda inglesa), por exemplo, criou o trip hop, mas daí a dizer que eles fazem só trip hop seria uma injustiça – compara.

No palco, o francês e seus dois parceiros de Gotan Eduardo Makaroff (instrumentista argentino) e Christoph Müller (programador suíço) estarão acompanhados de outros quatro músicos. Garantem que a busca pela recuperação da espontaneidade não significa necessariamente a diminuição no uso de vídeos e outros recursos tecnológicos, assim como elementos que reforçam o caráter lúdico do espetáculo.

– O que buscamos é conduzir o público por uma viagem poética entre a tradição e a novidade. No palco essa proposta de transcendência fica ressaltada – explica Solal.

Go-tan / Tan-go

Gotan (pronuncia-se “gotán”) é um joguete, no espírito do lunfardo, de inversão das sílabas de “tango”.

Lunfardo? – você pode perguntar. É o dialeto portenho, comum no início do século 20 entre os imigrantes de Buenos Aires.

Era usado na periferia da cidade para esconder expressões proibidas, e acabou incorporado nas letras dos tangos da época.

No Brasil, o Gotan Project chegou a ser trilha de novela (a música Epoca em Da Cor do Pecado). Tango 3.0 é seu terceiro disco. Sucede La Revancha del Tango e Lunático.

Serviço do show

Hoje, às 21h, no Teatro do Sesi (Avenida Assis Brasil, 8.787, em Porto Alegre).

Classificação: 14 anos.

Ingressos: R$ 180 (plateia baixa), R$ 140 (plateia alta) e R$ 100 (mezanino). Venda antecipada: até as 17h, em www.ingressorapido.com.br e na Fnac do BarraShoppingSul. Desconto de 10% para Clube do Assinante ZH.

O show: lançamento do disco Tango 3.0, com canções novas, como Tango Square e Rayuela, e antigas, como Epoca e Santa Maria. O trio Phillipe Cohen Solal, Eduardo Makaroff e Christoph Müller estará acompanhado de outros quatro músicos no palco. A performance é marcada pelo uso de vídeos e outros recursos tecnológicos.

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