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Itapema FM  | 20/05/2010 08h30min

Shows de Johnny Winter e ZZ Top movimentam fim de semana em Porto Alegre

Apresentações são inéditas na cidade

Zero Hora

Porto Alegre teve em março uma semana musical histórica, com shows de Guns N’ Roses, Dream Theater e Franz Ferdinand num intervalo de três dias. Mas, para os fãs de rock, o fim de semana que começa amanhã será ainda mais importante, com duas atrações roqueiras lendárias – o guitarrista Johnny Winter (amanhã, no Teatro do Sesi, às 21h) e o trio ZZ Top (domingo, no Pepsi On Stage, às 22h).

Ambos estreantes na Capital, Johnny Winter e o ZZ Top têm muito em comum além dos chapéus de caubói. Todos vêm do Texas, bebem – em doses generosas – da essência do blues e mantêm extensas trajetórias, trilhadas quase sempre à margem de qualquer das tendências que transformaram (ou pareceram transformar) o rock nas últimas quatro décadas e meia.

No caso de Winter, a vocação blueseira é mais evidente, mais literal. Vê-lo reler os standards do gênero – ou músicas de contemporâneos como a Jumpin’ Jack Flash dos Rolling Stones ou a Highway 61 de Bob Dylan – com sua voz rouca e sua guitarra alucinada está entre as melhores experiências possíveis no universo dos 12 compassos.

No caso do ZZ Top, a inspiração blueseira serviu de base para forjar um rock carregado de malandragem, eventualmente dançante, sempre perfeito para embalar uma sessão etílica ou um passeio na estrada, vide hits como La Grange e Legs. Assistir aos dois shows poderá pesar no bolso, mas certamente será bom para os ouvidos.

Entrevista: ZZ Top

O ZZ Top será sempre reconhecido pelas fartas barbas do guitarrista Billy Gibbons e do baixista Dusty Hill – enquanto o baterista Frank Beard (barba, em inglês) insiste em manter apenas o bigode... Mas, bem além do visual exótico, o trio vem forjando há 40 anos uma reputação parecida com a dos restaurantes mais tradicionais: você sabe o que vai encontrar ali.

No caso dos texanos, o menu é simples e eficaz: rock direto, essencialmente blueseiro, farto em guitarras e permeado de bom humor e suingue – a grosso modo, algo como um Led Zeppelin mais leve, ou um AC/DC mais descolado. Basta ouvir canções como Just Got Paid, Sharp Dressed Man, Legs, Beer Drinkers & Hell Raisers e Tush – lançadas nos 14 álbuns de estúdio da trupe – para saber. Domingo à noite, no Pepsi On Stage, o grupo deverá lembrar a própria história e talvez mostre novidades, como adiantou Billy Gibbons por e-mail. Confira trechos da entrevista:

Zero Hora – Qual a expectativa de vir tocar no Brasil?
Billy Gibbons – Estamos muito empolgados. Ouvimos que os fãs brasileiros realmente fazem acontecer. Então, enquanto estivermos fazendo nosso show no palco, estaremos olhando para o “outro show” na casa.

ZH – Um novo disco está nos planos? Poderemos ouvir alguma música nova no show?
Gibbons –
O novo disco do ZZ Top começou a ser gravado com nosso parceiro Rick Rubin, o que é uma colaboração meio inesperada. Estará pronto para ser lançado em 2011. O som será alto e sujo, com certeza. Talvez a gente solte alguma das músicas novas no show – nunca se sabe. O ZZ gosta de tocar coisas lá de trás, até do nosso primeiro disco, e também coisas mais recentes, e de incluir algumas surpresas também...

ZH – Dusty (Hill) fez 61 anos na quarta-feira, e você e o Frank também estão nos 60. Vocês vão comemorar no palco? Como é tocar rock’n’roll depois dos 60 anos?
Gibbons –
A banda toda vai completar uns 180 anos, mas não nos sentimos um dia mais velhos do que 30! Nós celebramos o Dusty todos os dias do ano, então o aniversário não será uma exceção.

ZH – Quatro décadas se passaram desde que a banda começou, e muita coisa mudou no cenário musical desde então. Você acha que é mais difícil começar uma banda agora?
Gibbons –
É difícil dizer, uma vez que nós não tentamos começar uma banda nova desde 1969. Hoje certamente há mais acesso à tecnologia para se fazer música, mas (a questão) definitivamente não é o equipamento, mas a alma. Se você tem, você consegue!

ZH – Como é tocar numa banda por 40 anos e manter a mesma formação?
Gibbons –
Nós simplesmente gostamos do que fazemos e, por isso, nunca vimos uma razão muito forte para mudar. Eventualmente me perguntam sobre fazer um disco solo, e, quando penso nisso, me dou conta que eu simplesmente pediria ao Dusty para tocar o baixo e ao Frank para fazer a bateria, então estaríamos de volta ao ponto onde começamos.

Johnny Winter, um lobo do blues

Johnny Winter é a imagem perfeita para a expressão “lobo em pele de cordeiro”. Quem não conhece mal desconfia que sob a pele albina, recobrindo um corpo excessivamente magro, cheio de tatuagens e algo abatido pelos abusos da juventude, esconde-se um dos maiores demônios do blues, parceiro de Muddy Waters e Eric Clapton e responsável por ajudar a formatar o melhor rock’n’roll já feito. Basta um palco, como o oferecido amanhã, no Teatro do Sesi, em Porto Alegre.

John Dawson Winter III, 66 anos, debuta no Brasil com turnê que, segundo o próprio, inaugura nova fase em sua carreira. Depois de uma participação arrasadora em 2007 no Crossroads Festival, quando tocou Highway 61, de Bob Dylan e Sweet Home Chicago, acompanhado de Clapton e Buddy Guy, o músico texano mergulhou no ostracismo devido a problemas com bebidas e outras substâncias que o debilitaram. Tanto que um ano depois cancelou a primeira tentativa de vir ao país por problemas de saúde.

Agora, aparentemente recuperado, ele traz sua coleção de guitarras, o chapéu de cowboy e a voz de timbre inconfundível para cantar standards do blues e do rock. Acompanhado dos músicos Paul Nelson (guitarra), Scott Spray (baixo) e Vito Luizzi (bateria), Winter deverá fazer covers de Red House, de Jimi Hendrix, Sunshine of Your Love, do Cream, e Jumpin’ Jack Flash, dos Rolling Stones, e tocar canções próprias, como Hustled Down in Texas, Fast Life Rider, I Love Everybody e I’m Not Sure.



Serviço dos shows


JOHNNY WINTER

Quando: Sexta, dia 21/05, às 21h. Duração aproximada: duas horas.

O show: acompanhado de Paul Nelson (guitarra), Vito Liuzzi (bateria) e Scott Spray (baixo), Johnny Winter revisita alguns dos standars do blues, como Got my Mojo Working e Good Morning Little Schoolgirl, além de músicas de diferentes fases de sua carreira.

Ingressos: R$ 250 (plateia Gold), R$ 200 (platéia baixa), R$ 180 (plateia alta) e R$ 130 (mezanino). Desconto de 10% para Clube do Assinante. Venda na loja Bellenzier Pneus (Dom Pedro II, 1.168), das 12h às 18h. Telentrega pelo fone (51) 3231-4142.

Local: Teatro do Sesi (Avenida Assis Brasil, 8.787), fone: (51) 3347-8636. Capacidade: 1.790 lugares.

Onde estacionar: no pátio do teatro, a R$ 8.

ZZ TOP

Quando: Domingo, dia 23, às 22h. Duração aproximada: 80 minutos.

O show: o repertório inclui músicas de diferentes fases dos 40 anos do ZZ Top, como Legs, Tush, Sharp Dressed Man e La Grange.

Ingressos: R$ 80 (pista – primeiro lote), R$ 140 (mezanino), R$ 200 (camarote, preço individual) e R$ 1,2 mil (camarote para seis pessoas). Venda nas lojas AM/PM (Cristóvão Colombo, 1.867, João Wallig, 724 e 1.903, e Otto Niemeyer, 2.265), pelo fone (51) 8401-0104 ou no site www.opiniaoingressos.com.br.

Local: Pepsi On Stage (Avenida Severo Dullius, 1.995), fone: (51) 3371-1948.

Onde estacionar: há estacionamento no local, a R$ 15. Outra opção é o estacionamento do aeroporto, a R$ 9 (uma a duas horas), R$ 11 (duas a três horas) e R$ 13 (três a quatro horas).

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