| 14/08/2008 17h13min
Após a única queda registrada neste mês ontem, o dólar no mercado à vista voltou a subir, acompanhando a correção externa da moeda americana, principalmente ante o euro. Depois de o dólar atingir no início da tarde a máxima do dia ante o euro, que caiu até US$ 1,477, reagindo à contração da economia na zona do euro no segundo trimestre e à desvalorização do petróleo, a moeda americana ficou mais pressionada também no mercado cambial brasileiro e terminou nas cotações máximas da sessão. O dólar comercial subiu 0,74%, para R$ 1,627, e o dólar negociado à vista na Bolsa de Mercadorias & Futuros avançou 0,84%, também a R$ 1,627. 
Esse ajuste ocorreu com um forte volume de negócios, que refletiu um aumento de posições defensivas dos investidores e um fluxo cambial aparentemente negativo. Com essa movimentação, o giro financeiro total à vista saltou 76%, para cerca de US$ 7,118 bilhões. 
— O dólar acompanhou a correção externa da moeda ante o euro e as perdas de mais 
de 2% do 
petróleo — disse um operador. 
Petróleo 
Em Nova York, o petróleo WTI fechou em baixa de 0,85%, a US$ 115,01 por barril, por causa especialmente das preocupações com a demanda mundial diante do enfraquecimento da economia, principalmente dos países desenvolvidos. 
O Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro contraiu-se 0,3% no segundo trimestre em relação ao primeiro e cresceu 1,5% em relação ao segundo trimestre do ano passado. 
Foi a primeira contração trimestral da economia da zona do euro – os dados começaram a ser compilados em 1995. 
O PIB alemão recuou 0,5% no trimestre passado ante os três meses anteriores, pela primeira vez desde 2003. A expansão anual foi de 1,7% na Alemanha. 
O PIB francês contraiu 0,3% no segundo trimestre ante o primeiro e cresceu 1,1%, em comparação anual. Espanha teve o menor crescimento trimestral em 15 anos (+0,1%), 
prejudicada por um desmonte do setor de construção. 
Ontem, dados sobre o Japão 
mostraram que a economia do país, a segunda maior do mundo, também registrou contração pela primeira vez desde o trimestre abril/junho do ano passado, puxada pela queda das exportações e o enfraquecimento do consumo. 
O PIB japonês contraiu 0,6% no trimestre abril/junho (ajustado aos preços), depois de subir 0,8% no intervalo anterior, em números revisados, de acordo com dados preliminares divulgados ontem pelo governo. 
Em bases anualizadas, houve contração de 2,4% no segundo trimestre, comparado com o crescimento de 3,2% no primeiro trimestre. 
Esses resultados confirmaram a percepção de que além dos EUA, também o continente europeu e países asiáticos correm risco de enfrentar recessão, o que evita a recuperação do euro. 
Ao mesmo tempo em que os sinais de recessão na zona do euro reforçaram as avaliações de que os juros na região tendem a permanecer estáveis, o índice de inflação ao consumidor nos EUA em julho veio acima do 
esperado hoje, provocando aumento das apostas futuras 
em elevação da taxa básica de juros norte-americana em outubro, observou uma fonte. 
— Essa combinação de expectativas está dando força ao dólar hoje — afirmou. 
Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram 0,8% em julho ante junho, informou o Departamento de Trabalho. 
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