Enquanto vários candidatos se espremiam em frente às folhas coladas na parede, que revelavam o nome dos aprovados, o engenheiro e empresário Luiz Saldanha, 47 anos, se concentrava para manter as mão firmes, sem tremer. O desafio dele era eternizar, com uma fotografia, o nome da filha, Julia Schirmer Saldanha, aprovada em Medicina. Apesar do esforço, o celular não foi suficiente para gravar o momento.

— Minha filha teve de fazer uma outra foto — revela Saldanha, sem se preocupar com o fracasso como fotógrafo.

Julia passou para o primeiro semestre. Disse que não estudou muito em 2009, mas o sucesso era fruto de uma vida de dedicação.

— Desde a primeira série estudo para tirar 10. Agora, penso em comemorar — conta Julia.

Bruna Motke, 19 anos, tem um grande motivo para justifica o sorriso no rosto: foi aprovada em medicina na UFRGS. O curioso é que, antes mesmo dos nomes serem divulgados, ela já espalhava a notícia por celular, na reitoria da universidade. Como?

— Cheguei antes, quando não tinha quase ninguém. Me seguraram e me inclinei por cima do cordão de isolamento (que separava o público do listão) e consegui enxergar o meu nome — conta a nova caloura.

Depois, utilizou uma outra tática para descobrir se os amigos também tinham sido aprovados. Foi para perto dos jornalistas e pediu para aproximarem o foco da câmera no listão. Mas a estratégia durou pouco. Em seguida, os cordões de isolamento retirados e todos tiveram acesso aos nomes.