Há um clima de apreensão na praia do Remanso, no município de Xangri-lá. Desde que um grupo de moradores e veranistas ficou sabendo da intenção da prefeitura de retirar as árvores casuarinas das dunas da beira-mar, a polêmica foi instaurada.

O grupo movimentou a população e foi até a prefeitura no início deste ano para tirar o boato à limpo. Lá, descobriram pelo biólogo Estevão Schwamback que uma licença ambiental havia sido concedida pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para a substituição das árvores exóticas por plantas nativas. Ele afirmou que a vegetação daquela área compromete o ecossistema da região.

— Espécies exóticas invasoras como essa são incompatíveis com áreas de preservação permanente, como a orla — explicou o biólogo.

O movimento organizado pelos casais Flávio, 52 anos, e Débora Helena Resmini, 54 anos, e Sérgio, 70 anos, e Dilva Morais, 66 anos, não se convenceu com a explicação. Para eles, as casuarinas já são da família.

— Não compreendo a necessidade de acabar com a nossa sombra. É só percorrer a nossa orla aqui para observar que aquele é o único ponto em que as dunas estão preservadas. Em todos os outros, a areia invade as casas. No inverno, o mar até avança — diz Sérgio.

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