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 | 19/01/2011 18h30min

"O que antes era exceção tem se tornado regra", diz meteorologista sobre extremos climáticos

Estael Sias participou de chat ao vivo com internautas de Zerohora.com

O que antes era exceção tem se tornado regra. A avaliação é da meteorologista da RBS Estael Sias, sobre os extremos climáticos registrados recentemente em algumas regiões do país.

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Em chat ao vivo em Zerohora.com, Estael explicou que os fenômenos El Nino e La Niña estão atuando com mais frequência.

— Por exemplo, a gente sabe que a época de chuvas na região do Rio vai de janeiro a março. E essa umidade concentrada na região Sudeste acaba influenciando no clima aqui no Estado, provocando essas chuvas irregulares. Efeito dos fenômenos climáticos. Antes nós tínhamos em um ano o El Nino e no outro o La Niña. Agora eles estão atuando com mais frequência. — explicou a meteorologista.

Segundo Estael Sias, as chuvas na região do Rio de Janeiro nesta época sempre ocorreram.

— É a condição natural nessa época do ano. O que muda são os efeitos que o clima provoca, já que temos aumento na população e as pessoas acabam sendo atingidas, como nesses casos dos deslizamentos. As chuvas nessa região estão dentro da média — concluiu.

Sobre o clima no Rio Grande do Sul, a previsão é de tempo seco entre quinta e sexta-feira, com nebulosidade na Faixa Leste.

— Na quinta e na sexta-feira teremos predomínio de sol com chuva rápida à tarde. Não chega a estragar a praia de quem está no Litoral Norte. São chuvas de verão, reflexo da umidade do oceano, que se concentra naquela região. Para o sábado e domingo, a previsão é de áreas de instabilidade cobrindo o litoral do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com possiblidade de chuva a qualquer hora — explicou Estael.

No sábado e domingo a instabilidade avança em direção a Santa Catarina, o que provoca pancadas de chuva no norte gaúcho.

Sobre a pergunta enviada por um internauta de Pelotas, região onde municípios estão enfrentando a estiagem, a meteorologista alertou que não há previsão de chuvas significativas.

— A má notícia é que na Metade Sul não tem previsão de chuva pelo menos até 31 de janeiro. Pode ter algum chuvisco, ou instabilidade. Mas não teremos chuva significativa nessa região, que é castigada pela estiagem.

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Dúvidas sobre os extremos de chuva

— Porque estão ocorrendo?

É uma condição típica de verão, em que as altas temperaturas associadas a eventual disponibilidade de umidade provoca eventos isolados de chuva forte, acompanhados de temporais. No entanto, o que temos observado em pontos da Grande Porto Alegre, Litoral de SC e Litoral Norte do RS são eventos de chuva forte, mas sem registro de raios e ventos muito intensos. O que explica em parte a ocorrência desses fenomenos é a temperatura da água do mar junto a costa, que neste momento está em torno de 2 a 3°C acima da média.

A água do mar aquecida junto a costa, favorece a maior disponibilidade de umidade para os fenômenos meteorológicos que atuam na Faixa Leste, seja as frentes frias ou mesmo áreas de instabilidade. Com essa maior disponibilidade de água na atmosfera há uma condição mais favorável a eventos extremos em áreas localizadas.

Além disso, temos a condição natural do relevo que favorece também a intensificação da chuva quando associada a umidade que vem do mar e de certa forma é represada junto a Serra. A Serra acaba funcionando com um mecanismo de levar a umidade para altos niveis da atmosfera intensificando e formando nuvens de chuva.

Portanto, enquanto que o resfriamento do oceano Pacifico (La Niña) causa impactos no clima Global, o aquecimento do Oceano Atlântico tem impacto mais localizado.

Porque a água do mar está mais quente?

Há algumas semanas o RS está sob influencia da corrente de ventos do quadrante Norte, que tem mantido o abafamento durante as madrugadas e o forte aquecimento durante as tardes.

A persistencia dessa corrente de ventos, fez com que gradativamente passasse a predominar a corrente oceanica do Brasil que traz aguas mais quentes da regiao tropical em direção ao litoral de SC e do RS.

Quando isso poderá mudar?

Sob influência do fenomeno climático La Niña, a tendencia é de que aos poucos — a partir da segunda quinzena de março — as massas de ar polar passem a avançar em direção ao RS, sobretudo, ao longo de abril.

E com a influencia dos ventos do quadrante sul, a corrente oceanica das Malvinas devem trazer aguas mais geladas em direção a costa provocando assim o resfriamento das águas junto a costa.

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