Verão | 28/12/2010 18h12min
A falta de salva-vidas em uma guarita de Capão da Canoa, no Litoral Norte, quase terminou em tragédia. Na segunda-feira, uma médica de Caxias do Sul se afogou defronte ao posto 73, onde não havia socorristas. Ela está internada no Hospital Santa Luzia, no município, em estado grave.
Conforme o marido da vítima, o gerente comercial Marcelo Costa, 34 anos, Débora Bertoti da Costa, 32 anos, foi tomar banho com as filhas por volta do meio-dia e acabou caindo em um buraco.
O gerente contou que, quando perceberam que Débora havia sumido, as filhas começaram a gritar. Banhistas correram para ajudar, enquanto os salva-vidas da guarita vizinha eram chamados. O salvamento, segundo ele, demorou cerca de dez minutos.
— Eles (os salva-vidas) chegaram quando nós já estávamos retirando a Débora da água — relatou o gerente comercial.
A médica foi levada para a UTI do Hospital Santa Luzia onde estava internada sem previsão de alta até o fim da noite desta terça-feira. Seu estado de saúde, no entanto, era estável e ela já estava consciente.
Procurado por Zero Hora, o comandante regional de Bombeiros do Litoral, tenente-coronel Rogério Alberche, disse que os salva-vidas da guarita 73 estavam de folga e que por isso a estrutura estava vazia. Ele afirmou que há cerca de 700 homens atuando na região — 200 abaixo do número considerado ideal.
— O problema é que muitos candidatos a salva-vidas não passam nem da primeira fase de testes. Historicamente enfrentamos essa dificuldade — afirmou Alberche.
O tenente-coronel fez um apelo para que os banhistas evitem entrar na água se depararem com uma guarita vazia:
— Se desejarem se banhar, procurem a guarita mais próxima para garantir sua segurança.