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 | 10/02/2009 02h58min

Inauguração do Camelódromo muda imagem do centro de Porto Alegre

Vendedores foram alojados no novo Centro Popular de Compras

Humberto Trezzi  |  humberto.trezzi@zerohora.com.br

O centro de Porto Alegre sofreu uma metamorfose. Desde a manhã de ontem, quem passa pelas ruas centrais tem a impressão de estar em uma outra cidade, sem o alarido dos camelôs, sem a balbúrdia com que eles atulhavam de mercadorias de procedência duvidosa a Praça XV de Novembro, um dos principais pontos de afluxo de transeuntes na Capital.

Um projeto de quase três décadas para retirar os vendedores ambulantes que congestionam as ruas centrais começou a tomar forma às 9h, com a inauguração do Camelódromo. Localizado entre a Rua Voluntários da Pátria e a Avenida Julio de Castilhos, o Centro Popular de Compras — como é conhecido formalmente o Camelódromo — abriga cerca de 800 lojas, pertencentes a camelôs que possuíam barracas em frente ao Mercado Público, na área mais central da cidade. Agora as bancas estão proibidas de se instalar ali e a praça foi devolvida ao convívio da comunidade. Duas viaturas da BM e uma da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) têm fiscalizado a região, para impedir que os ambulantes voltem a se instalar.

Os planos da prefeitura são ambiciosos, beiram a nostalgia. A ideia é fazer com que a Praça XV volte 40 anos no tempo. Na década de 60, charmosas mulheres e elegantes senhores em fatiotas desfrutavam de saladas de fruta ou chopes à sombra de árvores que emolduravam os vários cafés da região.

Comerciantes comemoram liberação das vitrinas

Só o futuro dirá se essa aura de romantismo vai retornar, mas um dos mais tradicionais estabelecimentos da região, o Chalé, já começa a se adequar. Em tempos pós-camelôs, estuda a abertura de uma cafeteria, que avançaria pelo horário noturno. Em frente ao Mercado Público, alguns bares devem ampliar o número de mesas ao ar livre e está prevista inclusive a construção de um deck.

Para estimular a frequência de público nas imediações do Mercado, voltará a ser permitida a circulação de veículos nas ruas José Montaury e Otávio Rocha. A reabertura não será imediata, mas virá, garante o titular da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio (SMIC), Idenir Cecchin:

— Vamos devolver o Centro. Fala-se em uma solução para o problema dos ambulantes há três décadas, agora temos essa oportunidade.

A primeira impressão é de que a mudança agradou à maioria. A começar pelos comerciantes que têm lojas estabelecidas na Praça XV. Durante mais de 30 anos, eles tiveram o desprazer de ter suas vitrinas bloqueadas pelas barracas dos ambulantes.

— Pela primeira vez em anos, estamos com a frente livre para os clientes conferir as mercadorias — pondera Aline Amorim, gerente da Hiper Calçados

Muitos ambulantes também gostaram da mudança. É o caso de Carmem Regina Lopes da Costa, 64 anos de idade, que há 35 atua como camelô na Praça XV. Ela montou um box no Camelódromo e ontem pressionava para conseguir na gráfica o talão de notas fiscais para a venda das mercadorias.

— Estou me tornando uma comerciante regular, isso não tem preço. Os meus colegas de profissão terão de se adaptar. Acho justo que fiscalizem, porque agora a gente paga aluguel para funcionar.

Como funciona o centro de compras

Empresa que venceu a licitação vai explorar o local por 25 anos:

> O Camelódromo ou Centro Popular de Compras (CPC) tem 800 boxes, nos quais trabalham cerca de 3 mil vendedores.

> O Camelódromo foi construído com verbas privadas. A prefeitura abriu licitação vencida pela empresa que se dispôs a erguer o centro de compras e cobrar o menor valor de aluguel para cada box dos ambulantes. O prédio foi feito pela Verdi Construções Ltda, que pode administrar o local pelo período de 25 anos.

> Os camelôs pagam R$ 25 por metro quadrado de espaço ocupado nos boxes. Em média, desembolsam cerca de R$ 300 mensais de aluguel. A seleção e determinação de espaços foram feitas pela prefeitura, mediante inscrição dos interessados.

> Não há a cobrança de valor referente a condomínio, apenas de despesas de segurança, limpeza e iluminação, conforme necessidade dos próprios comerciantes.

> O funcionamento do Camelódromo é das 9h às 20h, de segunda a sábado.

> Há uma praça de alimentação com 16 pontos de venda. O Camelódromo tem ainda agência bancária, lotérica e farmácia com preços populares. A acessibilidade dos cadeirantes a todos os pavimentos do prédio se dá por cinco elevadores.

Assista à reportagem:





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