| 02/04/2005 01h13min
As autoridades cubanas permitiram nesta sexta, 1º de abril, que o cardeal Jaime Ortega divulgasse uma mensagem de seis minutos ao país para falar sobre a gravidade da saúde do papa João Paulo II, que visitou Cuba em 1998. Ortega, arcebispo de Havana, disse que o Pontífice nunca esqueceu sua visita histórica a Cuba em janeiro de 1998.
– É um grande homem que morre. É o homem que levou o peso moral a este mundo durante 26 anos, foi ele que teve, ao mesmo tempo, a responsabilidade de converter-se na única referência moral da humanidade nos últimos anos –, disse o arcebispo.
Essa foi a segunda vez que o cardeal Ortega teve acesso à televisão estatal da ilha, de governo comunista. A primeira vez foi poucos dias antes da chegada do Papa a Havana.
A visita de João Paulo II a Cuba levou uma maior liberdade religiosa ao país. Pouco antes de sua viagem ao país, o governo restabeleceu o Natal como um feriado, no final de 1997.
– Para nós, ele começou a seguir os rastros de Cristo, não só no momento de sofrimento, mas desde que decidiu correr o mundo inteiro, assim veio a Cuba, sua visita é inesquecível –, disse ele. O papa João Paulo II foi um homem que "estabeleceu um contato com nosso povo –, completou.
Depois da visita do Papa, passou-se a permitir de novo as procissões nas ruas de Cuba. Em 1991, depois do Congresso do Partido Comunista de Cuba (PCC), permitiu-se a entrada de todos os fiéis no partido, que até então eram proibidos de pertencer à organização política.
A Constituição de Cuba estabeleceu então o laicismo do Estado em 1991, quando se modificou a Carta Magna para deixar de lado a definição de que o país era um estado ateu.
Entretanto, as autoridades cubanas não atenderam aos pedidos da Igreja Católica de ter espaços nos meios de comunicação, nem na educação nas escolas. O cardeal Ortega, de 68 anos, permanece em Havana, mas em caso de falecimento do Papa, viajará para Roma, segundo uma fonte eclesiástica.
As informações são da agência Reuters.
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