| 28/07/2004 17h46min
O grupo humanitário Médicos sem Fronteiras (MSF) anunciou nesta quarta, dia 28, que estava saindo do Afeganistão, depois de mais de 20 anos de serviços, devido a problemas de segurança e a não ter conseguido avançar na investigação sobre a morte de cinco integrantes do grupo.
Em comunicado a organização também queixou-se da cooptação de trabalhadores voluntários por parte dos militares norte-americanos, uma referência à preocupação de que as forças dos Estados Unidos desrespeitam os limites entre trabalho militar e humanitário.
– Claro que foram as mortes de nossos colegas. Mas, além disso, estamos muito descontentes com a investigação – disse uma porta-voz da MSF em Cabul.
O MSF chegou ao Afeganistão em 1980, logo após a invasão soviética, e é uma das poucas organizações a permanecer no país durante a ocupação da URSS, enfrentando a guerra civil em 1990 e o comando da milícia Taliban, que foi derrubado no final de 2001.
A decisão da agência, que já ganhou um Nobel, é um duro golpe para as autoridades afegãs, que contam com as Nações Unidas e com outros grupos de ajuda humanitária para a reconstrução do país.
A retirada ainda é sinal da deterioração da segurança, apesar da presença de cerca 20 mil soldados norte-americanos e 6,5 mil soldados da força de paz da Otan. Ambas as forças estão lutando para levar estabilidade ao país antes das eleições presidenciais em outubro.
As informações são da agência Reuters.
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