A maioria dos tradicionalistas acampados nos Pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul, não abre mão de carregar uma faca na guaiaca. Eles defendem que o acessório faz parte da indumentária do gaúcho, seja para o churrasco ou para as provas campeiras, e acham uma barbaridade a ideia de proibí-las.

Você acha que as facas devem ser proibidas nos acampamentos farroupilhas? Opine no mural

Eles sabem, entretanto, que nem todos têm responsabilidade para andar com o que a polícia considera uma arma branca. Casos de esfaqueamentos em acampamentos farroupilha ao longo dos últimos anos preocuparam as organizações, que decidiram colocar algumas normas.

No acampamento de Caxias, segundo o diretor cultural da 25ª Região Tradicionalista, Alberto de Sales, as facas são aceitas na parte campeira dos pavilhões, onde ocorrem as provas. 

— Eu tenho uma faca muito bonita e tive de abrir mão de trazê-la, para dar o exemplo, por causa do pessoal que abusa do álcool e não pode usar facas — diz Sales.

A Brigada Militar não registrou nenhuma briga envolvendo facas. No primeiro final de semana do evento, no entanto, um homem foi levado à delegacia depois de fazer menção de puxar o acessório da cintura, ao envolver-se em uma briga.

Segundo o empresário Adroaldo Macedo, 52 anos, as desavenças envolvendo facas o preocupam bastante. 

— Alguns usam o simbolismo gaúcho para barbaridades — afirma Macedo, dono de uma faca de 360 lâminas, que nunca sai de sua guaiaca.

Leia a matéria sobre a polêmica das facas nos acampamentos farroupilhas no Pioneiro dessa segunda-feira.