| 14/09/2009 03h54min
O mau tempo dos últimos dias proporcionou uma fusão inusitada no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho.
Flávio Vichinheski, patrão do Piquete Amigos do Parque, mal imaginava a tribo para a qual abria as portas ao abrigar da chuva de sábado o empresário Richard Zimmer. Era a turma do rock’n’roll.
Zimmer agendou a comemoração do seu aniversário no local para o dia seguinte, tamanho o entrosamento com os piqueteiros. Os convidados vieram bem trajados, mas não como manda o figurino do acampamento. O uniforme? O clássico do rock: calça jeans, camisetas de bandas e muito preto – mais piercings, tatuagens e cabelos coloridos, como o penteado cor-de-rosa do estudante Lucas Rosa, 26 anos.
O tatuador Ricardo Novoa, 30 anos, frequenta o evento há seis anos.
– Não é porque estou sem bombacha que não cultivo a tradição. Não deixo de ser gaúcho por conta da minha aparência – garante.
Perguntado se os novos visitantes agradaram,
Vichinheski, no parque desde 1997, respondeu orgulhoso:
– Achei maravilhoso. Já estamos acertados para que eles voltem no ano que vem – conta.
A obediência às regras do Movimento Tradicionalista Gaúcho é a única exigência do piquete. Piercings são aceitos desde que não invadam a pista de dança. O publicitário Fernando Tedesco, 30 anos, não se incomoda:
– Às vezes, é preciso ser radical para a tradição não se perder.
Manual do visitante roqueiro
- Brincos, piercings, bermudas e chinelos de dedo são proibidos na pista de dança.
- As mulheres não podem exagerar ao usar decotes e minissaias.
- Nas caixas de som, nada de guitarras distorcidas ou baterias pulsantes. Só música
regionalista.
- Tatuagens, bonés e camisetas de bandas estão liberados.
- São bem-vindos todos os cortes e cores de cabelo, bem como penteados ousados, sem restrições.
Com o galo do Piquete Amigos do Parque às costas, o publicitário Fernando Tedesco estava entre os roqueiros que foram ontem ao parque
Foto:
Diego Vara
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