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Sobre o programa

Escritores Gaúchos: Série da RBS TV mostra adaptações de Scliar, Lya, Cyro, Caio, Dyonélio e Assis Brasil

Na série de ficção do Núcleo de Programas Especiais, Escritores, estão sendo apresentados seis programas livremente inspirados nas obras dos escritores Moacyr Scliar, Lya Luft, Cyro Martins, Caio Fernando Abreu, Dyonélio Machado e Luiz Antonio de Assis Brasil.

A coordenação de produção é de Zanza Pereira. Direção geral de Gilberto Perin. Realização de RBS TV de Porto Alegre.

Episódios

O padeiro e as revoluções

O drama de um padeiro que não gosta de pão e é traído pela mulher. Decepcionado, ele procura os braços de uma prostituta. O episódio livremente inspirado no conto De como um padeiro de Porto Alegre chegou a seguinte dedução: as resoluções não mudam apenas a vida dos povos, do livro Anais da Província-Boi, de Luiz Antonio de Assis Brasil, tem direção de Ana Luiza Azevedo, com roteiro de Jorge Furtado e Carlos Gerbase. No elenco estão Rodrigo Pessin, Sandra Alencar, Lívia Dávalos, Adriano Basegio, Carlos Cunha e Felipe de Paula. O padeiro e as revoluções foi rodado em Porto Alegre, Triunfo e Viamão. A fotografia é de Jorge Henrique Boca. Música original de Everton Rodrigues. A produção executiva é da Casa de Cinema de Porto Alegre. A coordenação de produção é de Zanza Pereira. Direção geral de Gilberto Perin. Realização de RBS TV de Porto Alegre.

Mistérios de Porto Alegre

O episódio mostra duas adaptações de contos do livro Mistérios de Porto Alegre, de Moacyr Scliar: Hotel dos corações solitários e Aventuras no Carnaval (ou Labirintos do Inconsciente). A primeira história conta a história de Armando, um homem que se hospeda em um antigo hotel da capital gaúcha. Lá, ele descobre Helena, uma solteirona com quem teve um suposto romance. O clima tenso e próximo do absurdo mudará a vida de Armando que passará a ser um dos hóspedes do estranho hotel.

Aventuras no Carnaval (ou Labirintos do inconsciente) tem um clima, aparentemente, descontraído e engraçado, narra as aventuras de Ego Schimdt, um jovem funcionário de uma repartição pública, que durante o Carnaval de Porto Alegre, pede ao seu chefe que o deixe trancado dentro do escritório. Id e Super-Ego também aparecente nessa história que transformará a vida dos personagens principais, com um final surpreendente.

Hotel dos Corações Solitários teve uma adaptação muito feliz para a televisão por que o conto tem grande fluência narrativa, é uma linguagem cinematográfica do início ao fim – segundo o diretor Chico Deniz foi mantido o aspecto psicológico do conto, com suas nuances de repressão e suspense.

Já, o diretor Cristiano Trein destaca que Aventuras no Carnaval é uma comédia bastante divertida, que brinca com conceitos freudianos, transformando-os em personagens. – O episódio é uma insólita aventura psicanalítica bem ao estilo fantástico de Moacyr Scliar – ressalta Trein.

Minha mãe

O episódio Minha Mãe, livremente adaptado da obra O ponto cego, de Lya Luft, roteirizado por Fabiano de Souza e Manoela Sawitizki, tem direção de Marta Biavaschi e produção executiva da Surreal.

Minha mãe, traz o universo intimista de Lya Luft traduzido e conta a história de uma família através do ponto de vista de um menino, com uma maneira particular para narrar os dramas vividos pelos adultos ao seu redor. O pai repressor, a relação da irmã mais velha com o namorado, a doença da avó e a relação de carinho com a mãe, surgem na trama de um modo sutil e delicado.

No elenco Liane Venturela, Jorge Júnior, Tadeu Liesenfeld, Júlia Brunelli, Lourdes Kaufmann e Heitor Schimidt. Minha Mãe foi rodado em Porto Alegre e São Francisco de Paula. Fotografia de Vini Nora. Direção de Arte de Ênio Ortiz e Renata Timm. Trilha sonora de Marcelo Fornazier.

Um menino vai para o colégio

Um menino vai para o colégio, livremente inspirado na obra de Cyro Martins, tem roteiro de Ana Kessler, direção de Liliana Sulzbach e Marcello Lima. A produção executiva é da Zeppelin Filmes.

Um menino vai para o colégio narra a vida de um menino criado no campo que ao chegar na pré-adolescência vai estudar em um Internato de Jesuítas em Porto Alegre. A descoberta de um novo mundo além dos limites domésticos e a Revolução de 1923 no Rio Grande do Sul, compõem o universo abordado por Cyro Martins e adaptado para RBS TV.

No elenco principal atores como Nickolas Caprio, Filippi Mazutti, Marcelo Dharma, Áurea Baptista, Rosmaria da Silva, Lourival Pereira, Luiz Carlos Medeiros de Albuquerque, Leonardo Preto, Thiago Eliseu Carvalho Negro, Alexandre Cardoso, Élvio Pereira Vargas, José Mario Storino. Direção de Arte: Sandro Dreher e Renata Timm. Trilha sonora original de Kiko Ferraz e composição especial de Nico Nicolaiewsky. A fotografia é de Francisco Ribeiro.

A visita

O episódio baseado na obra de Caio Fernando Abreu, reúne temas de contos do livro Os dragões não conhecem o paraíso. A visita é baseado na obra do escritor nascido em Santiago (RS). O especial foi livremente adaptado por Angel Palomero, a partir de sete contos* de Caio Fernando Abreu.

Caio F. – como gostava de assinar-se – mergulha fundo no lado mais obscuro do ser humano. Conforme a escritora Tânia Carvalhal, há em sua obra “a dimensão do universal mesmo quando ele explora o rés-do-chão do cotidiano, real e rotineiro”. Esse cotidiano se traduz em “A visita” no retorno de um homem a sua cidade de origem e o encontro dele com sua mãe. Ela está velha, ele começa a envelhecer e está doente.

– Eles parecem estrangeiros – diz o diretor Gilberto Perin – dentro da própria casa. Mãe e filho tentam se reconstruir através da memória afetiva, das recordações de outros tempos.

Uma relação deste homem, na adolescência, com uma menina e com um primo trazem à tona afetos e uma sexualidade não resolvida, completamente. O homem também vem rever amigos, saber de outros que desapareceram e se vê mergulhando numa situação que pode ser delírio, sonho ou até a realidade.

– As muitas vozes que estão constantemente presentes no texto do Caio, – ressalta Gilberto Perin – nós procuramos concretizar na forma com que o episódio é apresentado: sempre existe uma cena dentro da outra, dentro da outra, assim sucessivamente. É como se uma situação não fosse só aquilo que se vê. Muito mais está por trás de olhar ou de um gesto. Mesmo que temas como amor, melancolia e morte estejam presentes, também existe espaço em A visita para a ironia e o humor refinado que Caio Fernando Abreu sempre deixou visível nos seus textos ou nas suas entrelinhas.

A produção da RBS TV traz no elenco Marcos Verza, Sandra Dani, Larissa Maciel, Antonio Carlos Falcão, Dedy Ricardo, Fábio Rangel, Naiara Harry, Pedro Tergolina, Bruno Weigert, Vitória Golin e Maurício de Paula. Fotografia de Pablo Chasseraux, arte de Bernardo Zortéa, figurino de Coca Serpa, som de Cristiano Scherer, montagem de Alfredo Barros. Música original de Jean Presser e a composição “Além do que se pode alcançar” interpretada por Izmália. A produção é de Beto Picasso, com a coordenação de Zanza Pereira. As gravações foram realizadas em Porto Alegre, Viamão e Pinhal. Uma curiosidade: numa cena de bar, aparecem alguns amigos de Caio Fernando Abreu que assistem ao ator Antonio Carlos Falcão interpretar trechos de Dama da Noite.

O louco

Uma aventura de amigos que viajam para o litoral gaúcho. Quando chegam ao mar, dois dos amigos decidem continuar a viagem e se desgarram do grupo. É nesse momento que as peripécias de uma viagem de divertimento torna-se um pesadelo, uma descida ao inferno. O louco, com direção de Fabiano de Souza, é livremente inspirado na obra O louco do Cati, de Dyonelio Machado.

– O episódio trabalha com o tema central do livro: liberdade x prisão – explica o diretor Fabiano de Souza. Por isso, tem dois climas bem distintos: começa como um road movie realista para transformar-se em um pesadelo surrealista. O filme de estrada nunca saiu de cartaz, porque a vontade de fuga do urbano não deixa de ser uma peça fundamental do inconsciente coletivo gerado pelas contradições das grandes cidades - acrescenta o diretor.

No elenco estão Rafael Sieg, Marcos Contreras, Miriã Possani e Marcelo Adams. O louco foi rodado em Porto Alegre, Viamão, Osório e Pinhal. Fotografia de André Luis Cunha, direção de arte de Adriana Borba e música original de Arthur de Faria. O roteiro é de Fabiano de Souza e Vicente Moreno. A produção executiva é da Clube Silêncio. Coordenação de produção é de Zanza Pereira. Direção geral de Gilberto Perin. Realização de RBS TV de Porto Alegre.

Autores

Moacyr Scliar

Em 1937 nascia em Porto Alegre Moacyr Scliar. Formou-se em medicina, trabalhou como médico especialista em saúde pública e logo se tornou professor universitário. Em 1962, publica seu primeiro livro, Histórias de um médico em formação, e, desde então, publicou mais de 70 obras, entre crônicas, contos, ensaios, romances e literatura infanto-juvenil. Com um estilo leve e irônico, garantiu um público bastante amplo de leitores, e em 2003 foi eleito para a Academia Brasileira de Letras. O autor já teve obras suas traduzidas para doze idiomas. Entre suas obras mais importantes, estão os seus contos e os romances O ciclo das águas, A Estranha nação de Rafael Mendes, O exército de um homem só e O centauro no jardim.

Lya Luft

A escritora nasceu em Santa Cruz do Sul (RS) em 1938. Iniciou sua vida literária nos anos 60 como tradutora de obras em inglês e alemão. Além de romancista, Lya Luft também é poetisa. Sempre com uma literatura forte, dura, muitas vezes sombria, publicou livros que já foram traduzidos para o alemão e o inglês. Alguns títulos: Reunião de família, A asa esquerda do anjo, As parceiras, O lado fatal, entre outros. Mais recentemente, a partir de 2003, com a obra Perdas e Ganhos tornou-se uma das escritoras que mais vende no Brasil. Lya Luft é também colunista da revista semanal Veja.

Cyro Martins (1908-1995)

O escritor nasceu em Quaraí e com 12 anos, mudou-se para Porto Alegre a fim de fazer o antigo ginásio e o curso científico no colégio Anchieta. Ingressou na Faculdade de Medicina em 1928. Retornou a sua cidade natal, para exercer atividade médica durante três anos. Em 1937, inicia sua célebre trilogia do gaúcho a pé, com a obra intitulada Sem rumo, que se agregam a Porteira fechada, de 1944, e Estrada Nova, de 1954. Em 1938, vai para o Rio de Janeiro estudar neurologia, e, dividido entre a psicanálise e a literatura, o ensaio e a ficção, converteu-se em um dos intelectuais mais respeitados do Rio Grande do Sul. Em 1982 publica O príncipe da vila, e em 1984, Gaúchos no Obelisco.

Caio Fernando Abreu (1948 - 1996)

No dia 12 de setembro nascia Caio Fernando Abreu em Santiago (RS). Ainda muito jovem, muda-se para Porto Alegre, e, em 1967, ingressa no curso de Letras da Universidade Federal do RS. Logo abandona o curso para dedicar-se ao jornalismo. Trabalhou em alguns dos principais jornais e revistas do Brasil, como Veja, Manchete, Correio do Povo, Zero Hora, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, onde publicou crônicas entre 1986 e 1995. Na ponte aérea entre Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo e em alguns períodos no exterior, Caio Fernando recebeu diversos prêmios, entre eles o Jabuti pelo romance Triângulo das Águas. Em 1982, publicaria a obra que marcaria a geração de 1980, o livro de contos Morangos Mofados. Vários de seus livros estão traduzidos na Alemanha, França, Inglaterra, Itália e Holanda. Em setembro de 1994, declarou publicamente em sua crônica semanal que era portador do vírus HIV. Morreu aos 47 anos de complicações causadas pelo vírus.

Contos que inspiraram o episódio A visita

Livro Os dragões não conhecem o paraíso: O destino desfolhou; Uma praiazinha de areia bem clara, ali na beira da sanga; Pequeno monstro; Dama da Noite.
Livro Mel e girassóis: Linda, uma história horrível.
Livro Ovelhas negras: Creme de alface.
Livro Inventário do ir-remediável: Apenas uma maçã.

Dyonélio Machado (1895-1986)

Nascido em Quaraí (RS), o escritor formou-se em Medicina em 1929 em Porto Alegre e tornou-se psiquiatra. Também atuou como jornalista, chegando a dirigir o jornal Correio do Povo, e, logo mais se elegeu deputado pelo PCB, mas foi destituído do cargo com a implantação do Estado Novo. O autor adquiriu notoriedade ao vencer junto com seu amigo Erico Verissimo, o concurso da Academia Brasileira de Letras em 1935. Dyonélio Machado era amigo de muitos dos modernistas e se correspondia com eles, estando alinhado com a Geração de 30. Dyonélio foi o iniciador da prosa urbana gaúcha com o livro Um Pobre Homem. Sua obra de mais repercussão foi Os Ratos, mas também ganhou destaque com O Louco do Cati.

Luiz Antonio de Assis Brasil

Nascido em Porto Alegre em 1945, o escritor e professor é bacharel em Direito e Doutor em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, onde coordena a Oficina de Criação Literária. Assis Brasil também foi músico da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Trabalhando com narrativas longas, suas temáticas estão relacionadas com a construção da identidade gaúcha. Na literatura, o escritor estreou com a obra Um quarto de légua em quadro. Em 1981, é lançado Bacia das almas. No ano seguinte, Manhã transfigurada, e em 1983 assume a direção do Instituto Estadual do Livro. O seu livro mais recente é Música Perdida.

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