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Educação Básica  | 12/05/2014 18h31min

Quinta da Estância é pioneira na vivência pedagógica

As aulas ao ar livre serviram de inspiração para uma professora prestes a se aposentar abrir um negócio

Maria Amélia Vargas  |  maria.amelia@zerohora.com.br

Antecipar-se às necessidades de consumo é um dos segredos de sucesso de um empreendimento. Foi assim com o casal Lucídio e Sônia Goelzer. Em 1992, os dois decidiram abrir a porteira do próprio sítio, em Viamão, para receber estudantes da educação infantil ao 4º ano. Perceberam que a carência de contato com a natureza que a geração da gurizada de apartamento enfrentaria seria cada vez maior. Nascia assim a Quinta da Estância.

Projeto pioneiro do casal passo-fundense, a ideia da vivência rural pedagógica surgiu quando Sônia lecionava português no Instituto de Educação, em Porto Alegre. Acostumada a desenvolver suas aulas ao ar livre, no Parque da Redenção, a professora observou que os momentos extraclasse marcavam a vida dos alunos e percebeu ali uma oportunidade de negócio:

— Às vésperas de me aposentar, comecei a elaborar o plano de ação. Minha vontade era a de aproveitar a época da Rio 92 (conferência mundial ocorrida no Rio de Janeiro que debateu a questão ambiental em 1992) para fazer uma pesquisa a partir daquilo que eu acreditava em educação e escrever um livro.

Foi dessa forma que a chácara de 12 hectares — adquirida em parceria com familiares — atendeu a 16 escolas e somou mais de 1 mil visitantes no primeiro ano. Com o tempo, o empreendimento expandiu as atividades para receber o público adolescente, jovem e universitário e equipes empresariais. Hoje, acolhe cerca de 90 mil pessoas por ano em um espaço de 103 hectares. Os três filhos do casal cresceram e passaram a se envolver no negócio: Lucas é administrador, Rafael cuida do marketing e André cursa veterinária.

— Quando ouvi um menino me dizer que só conhecia frango empacotado no supermercado e nem imaginava como eles eram "com roupa", tive a certeza de que estávamos no caminho certo — diz Sônia, com orgulho.

Obstáculos superados

-O pioneirismo tem seu preço: a falta de referências em negócios semelhantes à Quinta da Estância fez com que os proprietários tivessem que começar do zero, aumentando as chances de errar nos primeiros anos.

-Para acolher espécies de animais exóticos ou em extinção, foram necessárias adaptações conforme os órgãos ambientais.

-Para atender a procura que crescia, foi preciso investir em infraestrutura, reduzindo a fatia de lucro.

-Lidar com a sazonalidade se tornou um dos principais desafios. As férias escolares eram momentos de grande baixa no movimento. Era preciso expandir o público: grupos empresariais, encontros de família e até eventos religiosos entraram no radar.

Motivação de um negócio

-Em 1978, quando esperava o primogênito, o casal que passou a infância no interior do Estado decidiu que iria proporcionar essa mesma experiência aos seus filhos. Decidiu, então, comprar um sítio em Viamão em sociedade com primos.

-A receptividade dos meninos foi tão grande que a professora Sônia resolveu compartilhar a experiência com seus alunos e passou a acolhê-los em passeios na própria chácara a cada final de ano.

-Da união de um sonho com as teorias de educação nas quais a professora acreditava, surgiu a motivação para transformar as atividades informais em negócio.

-Com um investimento inicial baixo, os proprietários optaram por expandir de acordo com a demanda. A estrutura foi crescendo a partir da necessidade dos visitantes. Assim, foram sendo construídos, um a um, os alojamentos e salões.

-Levantar os temas da ecologia e da sustentabilidade antes mesmo de a sociedade se voltar para isso foi um dos principais acertos.

ZERO HORA
Omar Freitas / Agencia RBS

Lucídio e Sônia contam com a ajuda dos filhos André, Lucas e Rafael na administração da Quinta da Estância
Foto:  Omar Freitas  /  Agencia RBS


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