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Vestibular  | 15/04/2014 02h01min

Conheça histórias de quem insistiu e conquistou a tão sonhada vaga na universidade

Carlos Eduardo de Andrade Teixeira entrou em Medicina na quinta tentativa, enquanto Ana Paula Beck iniciou duas graduações até se encontrar em Veterinária

Passar em um curso concorrido como Medicina — em 2014, eram 57,06 candidatos por vaga no vestibular da UFRGS — é, também, uma questão de determinação e reavaliação. Manter-se focado e aprender com os insucessos são os dois pontos-chaves para, um dia, encontrar o nome no listão.

À medida em que se dava conta de detalhes do concurso e de sua própria postura de estudante, o porto-alegrense Carlos Eduardo de Andrade Teixeira, 22 anos, mudava alguma coisa em sua preparação. Até que, na quinta tentativa, conseguiu ser aprovado para Medicina na UFRGS.

>> Como se manter focado depois de repetidas reprovações

— Fiz meu primeiro vestibular em 2009, logo que saí do colégio. Estava cheio de esperanças. Achava que bastaria estudar bastante e pronto. Tirei uns 500 e poucos pontos. Não me assustei, mas caí na real. Não tinha noção da concorrência — relembra.

Nos anos seguintes, Carlos Eduardo foi tirando novas lições sobre a briga que é entrar na UFRGS. Matriculado em um cursinho, conseguiu aumentar sua média final em 2010, mas percebeu a necessidade de traçar uma estratégia. Ele diz ter investido mais nas matérias de peso três. Mas esqueceu que as outras também podem render muitos pontos.

— Tem de conhecer detalhes técnicos sobre a pontuação. Para quem quer Medicina, é melhor fazer a prova de espanhol do que a de inglês, por exemplo. No meu primeiro vestibular, fiz a de inglês. Depois, aprendi que, normalmente, acertar 21, 22 de espanhol rende tantos pontos quanto gabaritar a de inglês.

Porém, mesmo entendendo melhor o concurso, o resultado não veio em 2011 nem em 2012. Surgiu, naquele ano, a oportunidade de fazer um curso técnico em Biotecnologia, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado (IFRS). Foi uma chance de aprofundar os conhecimentos em química e biologia, não um passo para trás.

Foco, planejamento e mudanças

— Eu tinha uma única meta: entrar em Medicina na UFRGS. O que me mantinha motivado era a razão pela qual escolhi ser médico. Em 2008, vi notícias de uma greve de médicos no Piauí. Muita gente ficou sem atendimento. Minha intenção era mudar isso.

Envolvido no curso técnico, não fez o vestibular em janeiro de 2013. Mas foi no ano passado que voltou para o cursinho. Mais maduro, mudou a postura em sua preparação. Carlos Eduardo afirma que a entrada no IFRS o ajudou a se tornar um estudante mais independente. Levou as sessões de estudo, antes feitas em casa, para a biblioteca da UFRGS. Consciente da grande quantidade de conteúdo, focou no que renderia mais:

— Muita gente não tem noção de que não dá para dar conta de tudo. Estudei o que me daria mais pontuação. Além disso, a base em química e biologia que ganhei no IFRS foi muito boa. Desistir é muito fácil, mas coloquei para mim que o caminho mais fácil não servia. Além disso, tive muito apoio da minha família e da minha namorada.

Às vezes, a demora é para se encontrar

Por vezes, a persistência está na busca pela carreira certa. A estudante Ana Paula Beck só foi se satisfazer com sua vida acadêmica em 2011, quando começou a cursar Medicina Veterinária na UFRGS. Ela já havia começado Administração, na PUCRS, e Arquitetura, na UniRitter. Apesar de decidida pela mudança, a aprovação para o novo curso não veio logo em seguida, exigindo alguma paciência.

— Fiz um ano de cada curso. A gente sai do colégio muito imaturo, sem saber o que cada graduação oferece. Achava que tinha condições de passar na UFRGS. Então, comecei a me preparar para o vestibular em 2008, mas não passei nos concursos de 2009 e 2010. Entrei primeiro em Administração, simplesmente porque não sabia o que fazer. Depois, fui para Arquitetura porque gostava de ajudar minha irmã, que é aluna desse curso, a fazer trabalhos. Mas, quando eu procurava estágios, percebia que nada tinha muito a ver comigo. Como sempre gostei de ajudar os animais que se machucavam no meu sítio, mudei — explica a jovem de 26 anos.

Pare, revise e insista

Fazer vestibular pela enésima vez exige paciência e força de vontade do estudante para pensar a respeito de sua situação. Rever a caminhada que terminou com um insucesso é o primeiro ponto:

— Quando não passam, muitos estudantes iniciam o ano se perguntando se deveriam mudar de curso. É preciso revisar os métodos de estudo, verificar se realmente seguiu as orientações dos professores e conferir se sabe lidar com seu emocional. Se um resultado é sempre ruim, o comportamento precisa ser revisto. É sempre necessário reavaliar a rotina. Readequá-la é uma consequência, não uma obrigação — recomenda o psicólogo Fernando Elias José, especialista em preparação para vestibulares e concursos.

Agora, antes de se desesperar e decidir mudar de curso ou virar ex-BBB, reflita sobre quatro aspectos apontados pelo psicólogo Fernando Elias José.

Quatro toques do especialista

1) Tenha clareza do porquê de estar fazendo vestibular para tal curso. Se você está certo de que é a melhor profissão para você, siga tentando.

2) Tenha consciência de que existe a possibilidade de você ter de tentar mais de uma vez. Isso ajuda a lidar com a frustração.

3) Busque apoio de quem está ao seu redor. Amigos, professores e familiares podem te ajudar com a possibilidade de ficar alguns anos na fila.

4) É clichê, ok, mas a conquista de um sonho não tem preço. Não desista.

ZERO HORA
Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal

Carlos Eduardo tirou lições de cada uma das tentativas de vestibular que antecederam a aprovação
Foto:  Arquivo Pessoal  /  Arquivo Pessoal


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