clicRBS
Nova busca - outros

Notícias

Professor  | 13/11/2013 05h51min

Projeto que resgata os clássicos infantis é finalista do Prêmio RBS de Educação em Santa Catarina

O trabalho Contos que encatam concorre na categoria Escola Particular

Atualizada às 05h51min Júlia Antunes Lorenço  |  julia.antunes@diario.com.br

Saber que fim levou a Branca de Neve, como Bela Adormecida foi acordada e quem achou o sapatinho de Cinderela parece natural para as crianças. Mas a professora de Português Gabrielle Borba da Silva, do Colégio Catarinense, em Florianópolis, percebeu que não era bem assim entre seus alunos.

Para resgatar o encanto dos estudantes do 4º ano do ensino fundamental pelos contos de fadas, ela montou uma estratégia envolvente que terminou com um teatro de fantoches, onde a criançada de 9 e 10 anos apresentava um novo conto.

O ponto de partida foi o livro Que história é essa? do escritor Flavio de Souza. Nele, o autor reconta alguns clássicos sob ponto de vista de algum outro personagem, dando pistas importantes sobre a história que é narrada. O livro foi lido para os alunos, que ao fim da leitura eram desafiados a descobrir que história era aquela.

— Fiquei surpresa quando alguns alunos, não todos, não sabiam de qual conto se tratava, porque nunca tinham lido a história — ressalta Gabrielle.

::PARTICIPE DO JÚRI POPULAR::
www.premiorbsdeeducacao.com.br

A leitura do livro foi um processo também trabalhado no projeto. A professora quis mostrar aos alunos que é possível ler de diferentes maneiras e em diversos lugares. Por isso, Que história é essa? foi lido em grupo, individualmente, em voz alta, baixa, na sala, na biblioteca, ao ar livre.

Ao final, os alunos eram desafiados a descobrir a qual história o escritor se referia. Depois, precisavam ir atrás de mais elementos do conto para escreverem a mesma história, mas sob o ponto de vista de algum personagem, que não fosse o principal. Foi sugerido ainda que as crianças pedissem para os pais contarem a história completa.


Passada essa etapa, vinha um novo passo do projeto. Era a hora dos estudantes de formar um grupo e montar uma história com um mix de contos infantis. Foi como no filme Encantada, da Disney, que foi exibido em sala, baseado na história de uma princesa levada aos tempos modernos que se perdia em Nova York. A trama reúne elementos como a bruxa má, o sapatinho da Cinderela e a maçã envenenada.

Um conto criado em grupo pelos estudantes foi apresentado para a turma em um teatro de fantoches, produzido por eles mesmos.

— Quis criar um hábito nas crianças de ler algo a que não estão acostumadas. Quis que elas conhecessem outros gêneros. Mas se eu simplesmente contasse a história da Bela Adormecida elas poderiam achar muito chato — refletiu Gabrielle.

O sucesso do projeto foi tão grande que em vez durar um trimestre, como previsto, avançou o primeiro semestre inteiro. Os alunos ficaram motivados a resgatar os contos infantis, a vida dos autores, e procuraram outros livros. Além disso, Gabrielle percebeu uma melhora significativa na produção textual.

::Motivação a mais::

"Quando eu inscrevi o projeto, eu acreditei nele. Mas a gente também sabe que tem muita gente boa trabalhando por aí. Eu queria chegar lá. Tinha esperança. A gente sabe que qualquer profissional quer ser reconhecido. E quando eu recebi a notícia eu pensei 'poxa, o meu trabalho é bom mesmo. Fui reconhecida! Fui valorizada!'

Não que o colégio não valorize, mas a gente tem uma rotina muito corrida. A coordenação dá um feedback bacana, mas esse reconhecimento estadual ainda não tinha tido. Me deixou encantada saber que realmente o trabalho que eu faço é um trabalho que se destaca. Isso pra mim é muito bom e me motiva a continuar produzindo até mesmo outros projetos tão bons quanto esse.

O concurso é uma iniciativa necessária. Claro que a nossa maior motivação é os alunos. A gente quer ver os alunos se desenvolvendo e aprendendo. Mas o professor ser reconhecido pelo seu trabalho é muito satisfatório e é muito importante.

E agora eu acho vai motivar outros professores também a participarem e a ver que não é tão difícil assim. Não é um bicho de sete cabeças."

::Modo de fazer::

— Pensar num ponto de partida, que seja motivador. Nesse projeto foi o livro Que história é essa? mas há outros nesse mesmo estilo.

— Trabalhar o momento da leitura. Pensar em diferentes estratégias no momento de ler. É importante para que eles vejam que é possível ler no ônibus e em outros ambientes além da casa. Também é importante trabalhar leitura em voz alta, baixa, individual e em grupo.

— Resgatar os contos de fadas. Nesse momento, os alunos podem pedir que os pais contem as histórias.

— Produção textual. Depois de terem essa base sólida de resgatar os contos, é o momento dos estudantes escreverem as histórias, sempre escolhendo o ponto de vista de algum personagem.

— Trabalhar com os autores. Quem foram eles e quais contribuições trouxeram? Esse momento é importante porque os alunos aprendem versões diferentes daquelas contadas nos desenhos da Disney.

— Para fechar o projeto, é o momento de produzir em grupo. Os alunos precisam criar um conto que misture diferentes histórias.

— Peça para eles apresentarem o texto com um teatro de fantoches, organizado e produzido por eles.

DIÁRIO CATARINENSE
Daniel Conzi / Agencia RBS

Gabrielle Borba da Silva, do Colégio Catarinense em Florianópolis, concorre ao Prêmio RBS de Educação na categoria Escola Particular
Foto:  Daniel Conzi  /  Agencia RBS


Comente esta matéria

Mais Notícias

A Educação Precisa de Respostas  30/01/2016 16h58min
'Projeto Resgate' entrega apostilas e materiais para alunos de Joinville

grupoRBS

Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho

Prêmio RBS de Educação

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2012 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.