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A Educação Precisa de Respostas  | 11/10/2012 19h38min

Editorial diz que magistério não deve ser sacerdócio. Mais importante é o profissionalismo. Você concorda?

Comentários enviados pelos leitores serão selecionados para a edição impressa do DC

O Diário Catarinense adianta o editorial que publicará no próximo domingo para que os leitores possam manifestar concordância ou discordância em relação aos argumentos apresentados. Participações enviadas até as 19h de sexta-feira serão selecionados para publicação na edição impressa. Ao deixar comentário, informe nome e cidade. 

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ORGULHO DE SER PROFESSOR

Pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas, em 2009, por encomenda da Fundação Victor Civita, confirmou tecnicamente o que a maioria dos brasileiros já sabia: quase ninguém mais quer ser professor ou professora. Na verdade, este "quase" está quantificado: dos 1,5 mil alunos do terceiro ano do Ensino Médio ouvidos pelos pesquisadores, apenas 2% confirmaram a intenção de cursar Pedagogia ou alguma licenciatura voltada para o magistério.

O dado expressa de forma eloquente a desvalorização de uma profissão que já foi o sonho de consumo das famílias brasileiras nas décadas de 60 e 70 do século passado. E o mais desconcertante é que os professores continuam sendo tão necessários para o país quanto o eram naquela época, porque depende deles a formação das próximas gerações.

Três aspectos prioritários são apontados pelos jovens como causas da rejeição:
1) Falta de reconhecimento social;
2) Salários baixos; e
3) Trabalho desgastante.

Entre os 32% de alunos que chegaram a pensar em ser professor, conforme a pesquisa, muitos encontraram resistência familiar ou foram desaconselhados por pessoas de suas relações, sempre com o argumento de que estariam condenados a ganhar pouco e a enfrentar rotinas árduas e desinteressantes nas escolas. E ninguém desconhece que esta é mesmo a realidade do magistério no país, especialmente na rede pública de ensino.

Há ainda um subproduto cruel desta desvalorização, que é o direcionamento para a carreira de uma parcela de alunos com mau desempenho nos níveis intermediários. Como eles não conseguem classificação para os cursos mais disputados, a formação docente vira um prêmio de consolação.

Ainda assim, o país conta com muitos professores competentes, responsáveis e verdadeiramente comprometidos com as causas da educação. Aí entra aquele conjunto de valores que historicamente compõem a personalidade dos educadores: vocação, dedicação e profissionalismo.

Fiquemos com esta última qualidade, que deveria ser a predominante em qualquer atividade laboral. Docência não é, nem deve ser, sacerdócio. É saudável que os mestres tenham seguido sua vocação e que sejam pessoas dedicadas à atividade que escolheram. Porém, para que a educação tenha a qualidade desejada, os professores precisam ser, acima de tudo, bons profissionais — o que, logicamente, deve incluir recompensa adequada, mas também avaliação e cobrança compatíveis com a importância do cargo.

É inquestionável a relevância da missão de ensinar. A educação tem o poder de transformar as pessoas e de tornar as sociedades mais iguais e mais justas. Sem professores, não haveria médicos, engenheiros, advogados e outros diplomados em ofícios respeitados por todos os cidadãos. O professor é a base da formação de todos os profissionais.

O Brasil deveria orgulhar-se de seus professores e valorizá-los como merecem, para que os mestres também voltem a ter orgulho da profissão que escolheram.

DIÁRIO CATARINENSE
Grupo RBS / Grupo RBS

Você pode participar até as 19h de sexta-feira
Foto:  Grupo RBS  /  Grupo RBS


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