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Educação Básica  | 10/10/2012 05h36min

Estado prioriza investimentos para manter adolescentes no Ensino Médio

Diagnóstico sobre a Educação no Rio Grande do Sul aponta os desafios do governo

Para identificar os desafios em Educação no Rio Grande do Sul, o governo estadual realizou um levantamento de dados que abrangeram todas as redes de ensino e séries escolares. Os investimentos no Ensino Médio, onde ainda existem 76.344 adolescentes de 15 a 17 anos fora da escola, são prioridades da Secretaria Estadual da Educação (SEC).

Denominado Diagnóstico da Educação Básica no Rio Grande do Sul com ênfase no Ensino Médio, o estudo cruzou informações do Censo Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) do mesmo ano. Separado por faixas etárias, regiões e municípios, o relatório aponta que o Estado ainda tem um longo caminho para manter os estudantes nas séries finais e uma grande necessidade de expansão de atendimento na Educação Infantil, de responsabilidade dos municípios.

Da população entre 15 e 17 anos, 14% não está no Ensino Médio. A porcentagem cai à metade dos estudantes fora da escola em regiões como a Sul e a Centro-Sul (veja no quadro ao lado).

Segundo a diretora-adjunta do Departamento de Planejamento (Deplan) da SEC e coordenadora da equipe que elaborou o diagnóstico, Gorete Losada, qualificar o atendimento, e não só aumentar o número de colégios, é a prioridade do Estado.

— Vários fatores contribuem para não termos 100% da população entre 15 e 17 anos na escola, mas falta de vagas não é a questão fundamental. Percebemos que mesmo nos municípios onde aparece uma demanda maior, há espaço ocioso em escolas — afirma.

Para reverter o índice de 21,6% de reprovação e 12,3% de abandono e atrair os adolescentes para o Ensino Médio, Gorete explica que o governo aposta no Ensino Médio Politécnico, que entrou em prática neste ano e deve ser expandido nos próximos dois anos.

— Esta proposta busca ampliar a carga horária e também trabalhar com um ensino mais atrativo, mais interdisciplinar, voltado aos interesses dos estudantes — comenta.

Se o principal problema no Ensino Médio não é a falta de escolas, mas sim a permanência dos jovens nelas, na Educação Infantil (pré-escola) o atendimento proporcionado pelos municípios ainda deixa muito a desejar. Há uma demanda de 41% da população de quatro e cinco anos, sem cobertura. O estudo indica a necessidade de se construir pelo menos mil escolas no Estado, para atender 112.968 crianças que pelos dados de 2010, estavam fora da escola.

— Temos um número significativo da população sem atendimento, por isso é importante manter a política de parceria com os municípios — alerta a coordenadora do estudo.

Outra meta, difícil de ser alcançada, está relacionada aos índices de analfabetos no Rio Grande do Sul. Cerca de 50 mil pessoas precisariam ser alfabetizadas até 2015, para amenizar o déficit de mais de 395 mil pessoas acima de 10 anos que não sabem ler e escrever.

Confira alguns dados do diagnóstico:

EDUCAÇÃO INFANTIL

A taxa de escolarização (%) entre crianças de quatro e cinco anos por regiões agrupadas pelos pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes):

Celeiro 84,32

Vale do Taquari 82,93

Noroeste Colonial 81,82

Norte 80,88

Alto Jacuí 78,38

Vale do Caí 77,09

Rio da Várzea 75,10

Fronteira Noroeste 74,49

Produção 70,76

Missões 69,57

Médio Alto Uruguai 69,41

Nordeste 69,19

Litoral 67,13

Vale do Rio Pardo 64,98

Paranhana-Encosta da Serra 64,48

Campanha 62,64

Fronteira Oeste 62,64

Jacuí-Centro 62,31

Alto da Serra do Botucaraí 61,73

Vale do Jaguari 60,69

Hortênsias 60,30

Serra 59,69

Central 59,22

Campos de Cima da Serra 54,89

Vale do Rio dos Sinos 52,51

Sul 50,16

Centro-Sul 50,03

Metropolitano Delta do Jacuí 47,24

- A cobertura de atendimento para crianças de quatro e cincos anos no Estado é de 59%.

- As metas do Plano Plurianual (PPA) entre 2012-2015 e do Plano Nacional de Educação (PNE) até 2016 é atingir 100% da taxa nessa faixa etária

ENSINO FUNDAMENTAL

No Ensino Fundamental, na faixa etária de 6 a 14 anos, registra-se uma cobertura plena do atendimento no Estado, mas na análise das informações por municípios ou organizadas por Conselhos Regionais de Desenvolvimento COREDEs identifica-se localidades que não atingem 100% em seu próprio território. Estas diferenças decorrem de vários fatores, entre eles, a mobilidade dos alunos através do transporte escolar ou escolas situadas nas divisas territoriais entre dois municípios. Constata-se também que não há necessidade de expansão física das escolas de Ensino Fundamental, mas sim o chamamento dos que ainda estão fora da escola. Destaca-se quatro COREDEs que apresentam percentuais inferiores a 100% de taxa de escolarização na faixa etária de 6 a 14 anos: Alto da Serra do Botucaraí (99,17%), Celeiro (99,56%), Rio da Várzea (99,86%), Vale do Jaguari (99,95%).

ENSINO MÉDIO

A taxa de escolarização (%) entre adolescente de 15 a 17 anos por regiões agrupadas pelos pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes):

Fronteira Noroeste 74,04

Noroeste Colonial 70,25

Serra 66,58

Norte 65,98

Missões 63,66

Vale do Taquari 63,40

Rio da Várzea 61,45

Vale do Jaguari 60,95

Produção 60,03

Alto Jacuí 59,10

Médio Alto Uruguai 57,90

Paranhana-Encosta da Serra 57,44

Hortênsias 57,21

Celeiro 57,18

Nordeste 56,78

Vale do Rio dos Sinos 56,32

Central 55,62

Alto da Serra do Botucaraí 54,65

Metropolitano Delta do Jacuí 53,80

Vale do Caí 53,48

Fronteira Oeste 52,89

Vale do Rio Pardo 52,51

Litoral 52,43

Campanha 51,18

Campos de Cima da Serra 50,61

Jacuí-Centro 50,16

Centro-Sul 49,41

Sul 48,03

- A taxa de escolarização entre adolescentes de 15 a 17 anos no Estado é de 86%.

- As metas do Plano Plurianual (PPA) entre 2012-2015 e do Plano Nacional de Educação (PNE) até 2016 é atingir 100% da taxa nessa faixa etária

ANALFABETISMO

A taxa de alfabetização (%) na população acima de 10 anos por regiões agrupadas pelos pelos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes):

Serra 97,48

Metropolitano Delta do Jacuí 97,15

Vale do Caí 97,10

Vale do Rio dos Sinos 97,08

Produção 96,22

Vale do Taquari 96,18

Noroeste Colonial 96,05

Hortênsias 96,03

Central 96

Paranhana-Encosta da Serra 95,99

Fronteira Noroeste 95,81

Alto Jacuí 95,54

Norte 95,41

Campanha 94,50

Sul 94,39

Litoral 95,08

Fronteira Oeste 94,62

Campos de Cima da Serra 94,42

Vale do Jaguari 94,19

Vale do Rio Pardo 94,07

Missões 94,02

Nordeste 93,63

Centro-Sul 92,87

Jacuí-Centro 92,83

Rio da Várzea 92,52

Celeiro 92,09

Médio Alto Uruguai 91,41

Alto da Serra do Botucaraí 90,15

- A taxa de alfabetização de pessoas acima de 15 anos no Estado é de 95,5%.

- Para atingir a meta do Plano Plurianual (PPA) até 2015 (98%), será necessário alfabetizar aproximadamente 200 mil pessoas

Desafios:

- Reduzir o analfabetismo no Rio Grande do Sul, com expansão dos programas de Alfabetização de Jovens e Adultos.

- Construir parcerias com os 496 municípios para ampliar o atendimento na Educação Infantil e de manter a cobertura da oferta do Ensino Fundamental.

- Monitorar anualmente os indicadores de rendimento escolar, como por exemplo, as taxas de distorção idade/série, que registram 25,5% no Ensino Fundamental e 33,8% no Ensino Médio. No Ensino Médio, registra-se ainda 21,6% de reprovação e 12,3% de abandono.

- Construir aproximadamente mil escolas de Educação Infantil para atender a demanda potencial de 112.968 crianças fora da escola, entre quatro e cinco anos, sob responsabilidade dos municípios.

- Elaborar o Plano de Expansão do Ensino Médio, objetivando a universalização da escolarização na faixa etária de 15 a 17 anos, para a gestão 2011-2014.

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