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Educação Básica  | 28/09/2012 08h06min

NA SÉRIE ERRADA: Um atraso para a educação

Em Santa Maria, 35,6% dos alunos do Ensino Médio não estão na série adequada para a idade

Tatiana Py Dutra  |  tatiana.dutra@diariosm.com.br

Baixa aprendizagem, alta reprovação e abandono escolar são problemas conhecidos da educação brasileira, mas suas consequências são mais facilmente observáveis em gargalos específicos. No 6º ano, quando o aluno deixa de ter uma única professora e passa a ter diversos educadores que lecionam diferentes disciplinas, a repetência dobra em relação às séries iniciais do Ensino Fundamental. Esse é apenas um dos fatores da formação de um segundo gargalo: a distorção idade-série no Ensino Médio.

O Ministério da Educação (MEC) estabelece como ideal que os jovens cumpram o Ensino Médio entre os 15 e os 19 anos, mas cerca de um terço dos matriculados não o faz. De acordo com o Censo Escolar 2010, 34,5% dos alunos do ensino secundário brasileiro não estão na série correspondente a sua idade. No Estado, a defasagem é de 30,5%. A média de defasagem em Santa Maria chega a 35,6%, com o índice variando de 3,7% a 93,7% nas 36 escolas _ a contabilidade não leva em conta a Escola Estadual Humberto de Campos, do Presídio Regional de Santa Maria, que tem distorção de 100% por só contar com alunos maiores de 18 anos.

Repetência, ingresso tardio e currículos inadequados
Especialistas apontam a repetência como um dos fatores da defasagem escolar. Ingresso tardio, inadequação do currículo e falta de apoio adequado aos estudantes em dificuldade potencializam as estatísticas negativas. Na opinião do chefe do Departamento de Metodologia do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Luiz Carlos Nascimento da Rosa, a falta de estímulo e a cobrança da família contribuem para a não permanência na escola.

_ Pais que depositam seus filhos na escola para ocupar seus tempos são determinantes para o fracasso do aluno e da escola _ diz Rosa.

O currículo escolar é outro desmotivante. Em geral, o aluno não vê utilidade nas matérias científicas. E uma reprovação pode empurrar o aluno para a Educação de Jovens Adultos (EJA), só para a obtenção de diploma. A titular da 8ª Coordenadoria Regional de Educação (8ª CRE), Celita da Silva, aposta que, com a implantação do Ensino Politécnico _ que aglutina as disciplinas tradicionais em quatro áreas específicas, trabalhadas de forma integrada dentro de temas sugeridos pelos próprios estudantes _, as taxas de evasão e reprovação no Ensino Médio devem diminuir, bem como a distorção idade-série.

_ A saída é fazer a escola ser atraente, interessante, onde o aluno vá na intenção de aprender, pesquisar, conhecer o mundo _ diz.

Para tentar entender o que afasta as realidades do Colégio Tiradentes, que tem a distorção mais baixa, e da Escola Estadual Dom Antônio Reis, com o índice mais alto, o Diário visitou ambas as instituições para conhecer o histórico de duas alunas.

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No Tiradentes, todos estão no mesmo passo
Na Dom Antônio, 93,7% estão no ano errado

DIÁRIO DE SANTA MARIA
Ronald Mendes / Agencia RBS

Estudante do Colégio Tiradentes, Camila tem 15 anos e está no 2º ano do Ensino Médio. Ela sempre contou com o incentivo dos pais para se dedicar aos estudos
Foto:  Ronald Mendes  /  Agencia RBS


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