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A Educação Precisa de Respostas  | 26/09/2012 13h58min

Secretária-geral da FNLIJ, Elizabeth Serra defende que a leitura, a literatura e as bibliotecas sejam temas presentes na formação do professor

Em um intercâmbio na Colômbia, promovido pelo instituto C&A, a pedagoga fala também sobre as intenções do Movimento Por Um Brasil Literário

Vania Marta Espeiorin*  |  vania.espeiorin@pioneiro.com

Expandir o acesso à literatura é bandeira de um grupo de pessoas e instituições que têm se mobilizado pelo país, voluntariamente, há cerca de três anos. A secretária-geral da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), Elizabeth Serra, 66 anos, integra o Movimento Por Um Brasil Literário e, em meados deste mês, acompanhou um intercâmbio com docentes promovido pelo Instituto C&A.

A viagem é parte do prêmio concedido a 24 projetos de leitura selecionados na 2ª edição do Concurso Escola de Leitores. Ao todo, 65 educadores ligados às escolas vencedoras de Porto Alegre (RS), Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP) conheceram as redes de bibliotecas e a política de promoção à leitura desenvolvida nas cidades de Medellín e Bogotá. 

Durante a viagem, Elizabeth conversou com o Pioneiro e detalhou como surgiu o Movimento Por Um Brasil Literário, que tem como guia o manifesto elaborado pelo escritor Bartolomeu Campos de Queirós (falecido no início deste ano).

Esse manifesto vem ganhando cada vez mais espaço pelo país. Formada em Pedagogia, Elizabeth busca estar sempre ligada à educação, à política e à arte. Entre suas defesas, está uma melhor formação docente, principalmente na questão literária e na compreensão sobre a função social das bibliotecas. 

- O professor não sabe para que serve uma biblioteca. Isso não está no currículo e, se às vezes está, é de forma eletiva. O que vemos é que o professor perdeu o que ele tinha até os anos de 1950 e 1960, pois até então ele era leitor. A identidade do leitor-professor era total. Mas aumentaram as vagas e, consequentemente, a necessidade de professor, só que não se investiu na formação desse professor, que começa a vir de uma camada cultural sem a leitura escrita. Aí,  o que se tem é técnica, e a biblioteca acaba não existindo. Vemos uma situação precária e isso é complicado. Uma coisa até conseguimos e sabíamos que sozinhos não resolveríamos, que são os livros de qualidade. Hoje, os livros chegam e são de qualidade, mas o profissional que vai trabalhar com esses livros deveria ser preparado, mas ele não foi. Acaba sendo preparado no processo, no cotidiano - constata Elizabeth.

A secretária-geral da FNLIJ diz que é necessário colocar a literatura e a leitura como pontos de honra na formação do professor.  Na sua opinião, os docentes precisam entender por que tem de existir a biblioteca e por que é importante a visão de professor pesquisador. Elizabeth percebe que, na Colômbia, há a vivência da biblioteca, coisa que, segundo ela, o Brasil não tem. 

- Isso tem de começar na educação. É a educação que precisa valorizar, na formação de professores, a importância da biblioteca e sua função e a questão da leitura literária - sugere.

Projetos da Capital
As cinco instituições de ensino da Capital gaúcha selecionadas no 2º Concurso Escola de Leitores, do Instituto C&A, e que participaram do intercâmbio na Colômbia são: CMET Paulo Freire e as escolas José Mariano Beck, Pepita de Leão, Valneri Antunes e Senador Alberto Pasqualini.

*A repórter viajou a convite do Instituto C&A

Leia a entrevista completa na edição impressa do Pioneiro desta quarta-feira.

Paul Smith, divulgação / 


Foto:  Paul Smith, divulgação


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