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Agenda  | 14/09/2012 06h42min

Santa Catarina tem um dos menores índices de analfabetismo do país

Estado tem a segunda menor taxa - 4,1% - atrás do Distrito Federal

Júlia Antunes Lorenço  |  julia.antunes@diario.com.br

Não assinar o próprio nome, não ler o letreiro de um ônibus ou o anúncio de um outdoor. Esta é a realidade de 14 milhões de brasileiros analfabetos com mais de 15 anos — dois milhões a menos do que em 2000. Deste total, 200.298 (4,1%) estão em Santa Catarina. É a segunda menor taxa de analfabetismo do país, atrás do Distrito Federal, que tem 3,5% de analfabetos nesta faixa etária. Os dados são do Censo 2010.

Entre a população de 10 a 14 anos, o Estado tem a menor taxa de analfabetos do país (1,2%). São 6.235 crianças sem dominar o mínimo da leitura e escrita.

A queda da taxa de analfabetismo vem acompanhada do aumento do número de cidades livres do problema. Ele passou de 64 em 2007, para 283 em 2010. Para obter o título, o município não pode ter índice maior do que 4% de analfabetos igual ou acima de 15 anos. Em Santa Catarina, 59 cidades comemoram essa realidade, como São João do Oeste — a segunda cidade brasileira com menos analfabetos. Apenas 1,02%, ou 55 moradores, não sabe ler nem escrever.

Apesar dos baixos índices, o diretor do curso de Ciências Humanas e da Educação da Udesc, Lourival José Martins Filho, e membro do comitê de educação do Diário Catarinense, afirma que se houvesse um analfabeto em Santa Catarina seria necessário medidas para encontrá-lo e ensiná-lo a ler e escrever:

— O Estado deve isso à sociedade. Enquanto houver catarinenses que não sabem ler o seu mundo, tem que ter políticas públicas e investir em ações urgentemente. Fazer levantamento nas comunidades, nas escolas rurais, perseguir até a última pessoa — ressalta.

Para Martins, um fator que contribui para as baixas taxas no Estado é a sua colonização, que trouxe povos com uma relação diferenciada com a educação. Ele diz que a maioria das famílias deseja que seus filhos sejam alfabetizados.

O professor ainda fala que a universalização da educação contribui para o indicador. Mas não se restringe a isso, ele vem acompanhado de boas práticas escolares, que fazem com que os estudantes permaneçam nas escolas. Ele cita como diferencial os trabalhos de incentivo à leitura, bons programas de alfabetização e bons professores à frente deste processo.

Alunos de universidade sem domínio da leitura

Enquanto o analfabetismo caminha para ser erradicado, uma recente pesquisa divulgada Instituto Paulo Montenegro e pela ONG Ação Educativa mostra que os brasileiros chegam ao ensino médio e superior sem domínio pleno da leitura. Eles apresentam restrições da compreensão e na interpretação textual. Os dados fazem parte do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), criado em 2001, e que avalia essas três áreas. Ele é feito com entrevista e teste cognitivo numa amostra de duas mil pessoas, representativa da população brasileira.

De acordo com o índice, entre as pessoas que concluíram o ensino médio, a proporção de alfabetizados em nível pleno era de 49% em 2001 e caiu para 35% em 2011. No ensino superior ocorre o mesmo: 76% das pessoas neste nível de escolaridade eram plenos em 2001 — o número caiu para 62% em 2011.


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