A construção de um viaduto nas obras de duplicação da rodovia Rio Grande-Pelotas (BR-392) preocupa os cerca de 550 alunos da escola estadual Alfredo Ferreira Rodrigues, em Rio Grande, no sul do Estado. O temor é que as salas provisórias erguidas para não interromper as aulas se tornem definitivas depois da obra.

A 18ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) e a direção da escola foram informadas em 2007 sobre a necessidade de desapropriação da área. No ano seguinte, começaram a fazer o projeto para um novo prédio, mas não saiu do papel. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) pagou, em juízo, R$ 380 mil referentes à área.

— Uma comitiva pediu ao governador Tarso Genro que resolvesse o problema, mas nada foi feito — lamenta a diretora Elis Regina Porciúncula.

A única modificação no terreno foi feita pelo departamento e por uma das empresas que atua na obra. Em acordo com a CRE, foram construídas duas salas provisórias, de madeira. Outras duas estão sendo erguidas.

Enquanto isso, o plano para um novo prédio esbarra na burocracia. O projeto, orçado em R$ 1,38 milhão, não teria avançado até o momento por não contemplar as partes elétrica, hidráulica e de fundação.

—Tememos que as salas provisórias se transformem em permanentes, como outras que temos aqui há 20 anos — revela Elis.

Criada há 73 anos, a escola Alfredo Ferreira Rodrigues é a única que oferece Ensino Médio no bairro Povo Novo, onde há mais de 20 mil moradores. Um abaixo-assinado é feito para pressionar por uma solução.

O que diz o Estado:

A 18ª CRE afirma que a Secretaria de Educação repassou projeto à Secretaria de Obras e garante que não haverá interrupção das aulas. Já a Secretaria de Obras informou que os projetos pendentes serão feitos por empresas terceirizadas e que a licitação deve ser concluída até fim do ano. A previsão é que as obras iniciem logo em seguida.