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 | 03/09/2012 10h37min

Duas escolas dividem o mesmo prédio em Joinville

Uma delas está interditada, mas mesmo assim as duas mandaram bem nas notas do Ideb e continuam apostando no trabalho em equipe

CAROLINE STINGHEN  |  caroline.stinghen@an.com.br

A situação é inusitada. Duas escolas dividindo o mesmo prédio porque uma delas foi interditada não é uma notícia comum e poderia colocar em risco o projeto pedagógico, mas não nos exemplos desta reportagem.

A Escola Estadual Léa Maria Aguiar Lepper, no bairro Saguaçu, em Joinville, é uma unidade pequena e que abriga 240 alunos. Desde fevereiro, está emprestando salas para cerca de 200 alunos da Escola Monsenhor Sebastião Scarzello, interditada por problemas estruturais no ano passado.

Quem olha de fora nem percebe e pode jurar que trata-se de uma única unidade. Porque mesmo com o aperto e as mudanças, as duas escolas mandaram bem nas notas do Ideb e continuaram apostando em iniciativas que estimulam o trabalho em equipe e a criatividade.

Cada unidade funciona em um bloco diferente e mantém seus professores e coordenadores. Na hora do recreio, a coisa muda e o pátio recebe os alunos das duas escolas.

Manutenção dos programas educacionais

Um salto no Ideb apesar dos problemas. Esse é o resultado alcançado pela Escola Estadual Léa Maria Aguiar Lepper, no bairro Saguaçu. Para driblar situações como a mudança com parte do prédio cedido a outra escola, a direção e os professores apostam na manutenção dos trabalhos realizados, como o contato com atividades do dia a dia.

Na semana do Dia do Soldado, por exemplo, os alunos tiveram uma manhã diferente. Michele Caroline Moroski, 8 anos, e Victor Hugo Costa Correia, 8, do 3ºano, andaram em uma ponte feita de cordas. O colega Cristian Raimondi Bucci, 8, adorou a brincadeira.

Para sair um pouco do ambiente escolar e aprender novas realidades, as turmas do 3º e 4º anos do ensino fundamental conheceram o 62º Batalhão de Infantaria de Joinville.

— Nós realizamos saídas de campo com os alunos, para que eles conheçam coisas novas. Chegando na escola, há sempre uma atividade para colocarem no papel tudo o que vivenciaram —, explicou a diretora e mestre em Educação, Maria da Graça Leão Moreira.

— Educação não é só quadro e giz. É preciso desenvolver outras atividades, fazer uma socialização das crianças com a escola e a comunidade —, destacou.

A competência do trabalho em grupo – direção, professores e alunos – levou a Léa Lepper a assumir uma posição bastante confortável. Assim como a Monsenhor Scarzello, o colégio deu um salto tão grande que alavancou a média no Ideb nas séries iniciais. Dos 5,1 registrados em 2009, subiu para nota 7 em 2011.

De olho no projeto pedagógico

Problemas estruturais fizeram com que a Vigilância Sanitária interditasse a Escola Estadual Monsenhor Sebastião Scarzello, no bairro Itaum, em Joinville, em agosto do ano passado. Mesmo com a reforma emergencial – que deixou as crianças sem aula por uma semana – em dezembro, mais uma vez a escola fechou as portas de vez.

O projeto da reforma está sendo viabilizado pela Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) e precisa da autorização do governo do Estado para sair do papel. Em seguida, explicou a gerente regional de Educação, Clarice Portella de Lima, a escola deve ser municipalizada.

— Para o município receber a escola, ela precisa estar reformada —, disse a gerente.

Sem previsão do início da reforma e com as portas fechadas, os 321 alunos foram transferidos para duas escolas. Sete turmas da manhã e sete turmas da tarde dos 1º anos do ensino fundamental passaram a ter aulas na Escola Léa Lepper, que fica a cerca de oito quilômetros de distância. Já as quatro turmas das séries finais foram para a Escola Rui Barbosa. O Estado garantiu o transporte das crianças.

Nem todos esses problemas desanimaram alunos e professores. Prova disso foi o desempenho positivo no Ideb de 2011. A Monsenhor deu um salto de 1,3 na média (em 2009, o índice era 5,4). Agora, a escola pulou para 6,7 nas séries iniciais. Nas séries finais, uma boa notícia também: passou de 4,7 foi para 5,5.

— 2011 foi um ano bem complicado para todos. Ficamos surpresos com o Ideb. É resultado de um trabalho coletivo —, avaliou a diretora Hênia Locks.

Para ela, o esforço dos professores em inserir as atividades usuais da disciplina para o dia a dia das crianças e adolescentes contribuiu para a melhoria na qualidade de ensino e fez com que as interdições e mudanças não afetassem o aprendizado.

Salmo Duarte / Agencia RBS

Cristian gostou de atravessar a ponte de corda
Foto:  Salmo Duarte  /  Agencia RBS


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