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O X da Educação  | 26/08/2011 16h58min

A ordem correta dos fatores: "Uma criança inteligente ensinando um computador burro"

Pesquisadora salienta o potencial, mas alerta sobre interação entre computadores, alunos e professores

Ângela Ravazzolo  |  angela.ravazzolo@zerohora.com.br

"Não é um computador inteligente ensinando uma criança burra, é uma criança inteligente ensinando um computador burro."

A autora da frase, reproduzindo um princípio do matemático Seymour Papert, é uma pioneira dos estudos da informática na educação: Léa Fagundes, 81 anos, coordenadora do Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS.

Nas últimas três décadas, a educadora gaúcha se dedicou a pesquisar as interações entre computadores, alunos e professores e as fantásticas possibilidades de aprendizagem.

Hoje, ninguém mais duvida desse potencial, mas a pesquisadora alerta: não adianta colocar máquinas e laboratórios nas escolas se as telas simplesmente funcionarem como as páginas de um livro didático.

Quem deve construir o conhecimento, descobrir a tecnologia, é a criança e o adolescente.

O professor é um orientador.

Léa acompanhou de perto crianças da Costa Rica que participaram de um projeto piloto com o uso de computadores programados pelos alunos com a linguagem LOGO.

Mas não foram alcançados os objetivos do projeto porque, depois de executarem atividades criativas e interessantes na máquina, por 80 minutos por semana, os estudantes voltavam à dinâmica tradicional, com o professor à frente de todos, escrevendo o conteúdo no quadro- negro.

— Nossa escola hoje é ainda do século 19. Os professores não recebem formação para trabalhar com a tecnologia — ensina.

Recém-chegada de Brasília, ela conta que defendeu junto ao MEC a urgência de reformular as concepções atuais de currículos, que não incluem a cultura digital e estão muito centrados no livro didático.

Léa já sabia, desde a década de 80, que era preciso mudar, voltar os olhos com atenção especial para a " inteligência digital", como ela define.

Mas a tecnologia foi mais rápida do que as políticas educacionais.

Agora é hora de correr atrás da máquina.

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