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O X da Educação  | 04/03/2009 12h55min

Punição: palavra politicamente incorreta?

Denise Alves Schwochow, professora estadual

A crise de autoridade se manifesta nas famílias, nas escolas, na política. A escalada da delinquência, da violência, da corrupção corrói a sociedade atual. O problema não é novo, mas frente ao contexto atual exige uma postura reflexiva por parte de todos.

O professor com autoridade enfrenta poucos problemas de disciplina. E essa autoridade ele conquista pelo exemplo, pelo profissionalismo. O professor autoritário torna o aluno submisso ou revoltado.

Lembro de uma parábola que contava que um mestre vivia com seus discípulos num templo arruinado. Os discípulos dedicados ao estudo viviam de doações conseguidas numa cidade próxima. Um dia reclamaram das péssimas condições que viviam. Então, o mestre disse que deveriam ir à cidade roubar bens quando ninguém estivesse olhando para não manchar a reputação do templo. Os discípulos concordando que o mestre era um sábio e partiram para a cidade obedecendo à ordem. Apenas um ficou dizendo ao mestre: não posso seguir sua orientação, pois meus próprios olhos irão me ver roubando. O mestre sorriu e abraçando o discípulo disse: você passou no teste.

Para Durkheim, a autonomia é filha da autoridade. É a capacidade de existir por si mesmo e ter consciência de suas implicações. Na fábula o discípulo superou o mestre e este cumpriu sua missão.

Para uma criança construir sua identidade ela precisa aprender a lidar com frustrações, precisa aprender a ouvir um não. E o adulto deve saber proibir uma conduta sem rejeitar a criança.

Na escola se aprende as normas de convivência. E existem as negociáveis (que sofrem alterações ao longo do tempo como o uso do boné, por exemplo) e as inegociáveis, como a proibição ao vandalismo, ao insulto, a violência.

O medo de parecer reacionário não pode paralisar o professor. Ele deve exercer plenamente sua responsabilidade. E a família que teve sua estrutura diversificada não pode usar essa nova situação como álibi para a negligência ou complacência.

Família, escola e poder público são responsáveis por uma ética da aprendizagem. Iniciativas compartilhadas são tarefa obrigatória para as administrações educacionais.

O profissionalismo requer formação contínua, reflexão sobre práticas, valorização, suporte pedagógico e condições de trabalho. Requer que o poder público entenda Educação como investimento, que veja o aluno como educando e não como cliente.

Publicado em 18/02/2009

ZERO HORA

Comentários

Eloisa Menezes Pereira

Denuncie este comentário08/06/2009 13:15

A palavra é incorreta no uso do dia a dia,porém a prática é trivialmente usada pelos políticos. Quem não foi atingido pela punição?


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