clicRBS
Nova busca - outros

Notícias

O X da Educação  | 04/03/2009 10h54min

Aluno x Professor: Por que o respeito acabou?

Um tema situado à margem do ensino tornou-se uma das questões centrais para a escola brasileira. Disseminadas nas redes pública e privada, a indisciplina e o desrespeito à autoridade do professor conflagram salas de aula, descambam em agressões graves e inviabilizam as atividades escolares.

O clima de conflito deu visibilidade inédita ao assunto. Ele acaba de chegar ao horário nobre da TV, por meio da novela Caminho das Índias, trama das oito da Rede Globo. O apelo que o tema assumiu também pode ser medido pela repercussão da crônica “Quadro-Negro”, de Cláudia Laitano. Publicado em Zero Hora, o texto sobre o enfrentamento em sala de aula motivou uma enxurrada de e-mails.

A novela e a crônica refletem uma realidade que se integrou ao dia-a-dia dos mestres. Responsável por uma turma de 1ª série e vice-diretora da Escola Estadual Engenheiro Rodolfo Ahrons, de Porto Alegre, a professora Zila Teresinha Campos Farias foi agredida verbal e fisicamente por uma criança de 11 anos no ano passado. Ao tentar apartar uma briga, foi ofendida e recebeu chutes, tapas e socos. Não pôde aplicar punição.

– A gente vai ao Ministério Público, à Secretaria da Educação, ao Conselho Tutelar, e a única orientação é que a criança não pode ficar fora da sala de aula. De quem é a culpa pela falta de qualidade do ensino? – observa.

Uma série de dados ajuda a dimensionar o problema. Segundo o Cpers/Sindicato, 40% das licenças de saúde são por problemas psicológicos. Um estudo da Associação dos Supervisores de Educação do Estado aponta o desrespeito por parte dos alunos como a segunda principal razão para não se seguir a carreira de professor. Pesquisa do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares (Sinpro) revelou que, dos 440 entrevistados, 83,2% haviam sofrido desconstituição da sua autoridade e 12,8% relataram ter sido vítimas de agressões físicas.

O quadro levou o sindicato a criar o Núcleo de Apoio ao Professor contra a Violência (Nap). A principal queixa dos professores é quanto à omissão das direções. Em razão da concorrência, as escolas estariam fazendo de conta que o problema não existe.

– Temos relatos de agressões físicas e morais aos professores ignoradas pelas direções. O aluno sabe que não vai acontecer nada – relata Cecília Farias, coordenadora do Nap.

O professor de química Cesar Veiga, 54 anos, três décadas de magistério, deixou um estabelecimento por considerar que havia descaso da direção com as situações que ele comunicava. Em uma ocasião, colocou para fora da sala 12 alunos que se engalfinhavam. Não houve penalidade.

– É uma situação horrível para o professor. É a única profissão que tem de gritar para exercer – afirma.

Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos do Ensino Privado (Sinepe/RS), Osvino Toillier diz que a escola sem regras claras e que não apoia o docente estará cometendo um equívoco educacional grave.

– Aluno e pai não são clientes. São educando e pai de educando – diz.

Publicado em 08/02/2009

ZERO HORA

Comente esta matéria

Mais Notícias

O X da Educação  18/11/2011 12h34min
Dois cursos superiores gaúchos lideram ranking nacional do MEC
O X da Educação  18/11/2011 12h32min
UFRGS é a terceira melhor universidade do Brasil em avaliação do MEC
O X da Educação  24/10/2011 12h24min
Abstenção do Enem custa R$ 61,2 milhões
O X da Educação  13/10/2011 13h25min
Medicina tem recorde de inscritos na UFRGS
O X da Educação  09/10/2011 11h10min
ESPECIAL: tudo que você precisa saber sobre o Enem
O X da Educação  08/10/2011 11h10min
Carreiras: Análise de Políticas e Sistemas de Saúde
 
SHOPPING
  • Sem registros
Compare ofertas de produtos na Internet

Grupo RBS Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2011 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.