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Cidades  | 27/04/2011 09h10min

Receita para mudar uma cidade

Iniciativa propõe que comunidades se desenvolvam com mais foco no social e nas atividades com menor emissão de carbono

Para enfrentar as mudanças climáticas e o pico do petróleo (taxa máxima de produção petrolífera a nível global), os aglomerados urbanos terão de se transformar. É isso que acredita o Movimento Cidades em Transição, criado há pouco mais de três anos e que começa a ganhar adeptos no Brasil.

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A ideia consiste em pensar em novas ações para vilas, bairros ou cidades de forma participativa e com o foco na redução das emissões de carbono. Paulista radicada na Escócia há 19 anos, a socióloga e consultora May East vive na ecovila Findhorn e viaja o mundo para disseminar o conceito internacionalmente conhecido como Transitions Towns.

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Pelo terceiro ano, o curso Design em Sustentabilidade, realizado pelo Educação Gaia Sul em Porto Alegre, coloca o futuro das cidades - e, dessa forma, o Movimento Cidades em Transição - na pauta de suas discussões.

- A ideia é fazer um mapeamento econômico do local e descobrir as oportunidades para empresas sociais - esclarece May.

As empresas sociais desenvolvidas depois da análise podem ser de todo tipo, de padaria até oficina de conserto de bicicleta. Em comum, está o foco social como fim ao lado do lucro. Importante, também, é a ideia de reduzir a dependência de combustíveis fósseis e transformar as cidades em locais melhores para se viver.

Hoje, cerca de 300 localidades são adeptas do movimento, enquanto outras 8 mil, espalhadas pelo mundo, estão em processo. A mobilização brasileira chama atenção no contexto internacional. São duas cidades oficiais, em São Paulo e no Espírito Santo. Enquanto isso, cerca de outras 20 estão aderindo em apenas um ano de divulgação da causa. Para May East, um fator é diferencial em terras brasileiras:

- Temos iniciativas em regiões de baixa renda e em bairros de classe A, o que mostra uma grande possibilidade de expansão da ideia - afirma.

Quer saber como fazer parte do movimento? Acesse http://transitionbrasil.ning.com/ ou www.transitionnetwork.org


Entrevista: May East, diretora do Gaia Education

Nosso Mundo Sustentável - Qual é o papel das grandes cidades no processo de transformação do jeito de viver?
May East - Está claro que o destino da humanidade e da biosfera será decidido nas grandes cidades do mundo. Então, há algum tempo, estou trabalhando para trazer um pouco do conhecimento gerado nas ecovilas, que são um laboratório vivo de sustentabilidade, para as grandes cidades. O que não pode ser replicado acaba sendo uma perda de tempo. E quando falamos em sustentabilidade, pensamos nos três pilares: nos designs social, ecológico e econômico.

NMS - O que significa uma cidade em processo de transição?
May -
O processo é basicamente uma decisão de redesenho da cidade, do bairro ou da vila de forma participativa. Redesenho da forma como a comida é distribuída, do transporte, da questão da energia. Sempre pensando nas mudanças climáticas e no pico do petróleo. Em grandes cidades, é comum o processo ocorrer em pequenas células como um bairro. Hoje, o Movimento das Cidades em Transição conta com 300 cidades e mais de 8 mil em processo em todo o mundo.

NMS - Como está a situação do Brasil quando o tema são as cidades em transição?
May -
Faz pouco mais de um ano que iniciamos o processo aqui e já temos entre 20 e 30 iniciativas. Em termos de mundo, esse número é considerado um grande boom. A comunidade internacional das cidades em transição está muito interessada no que está ocorrendo aqui no Brasil porque nós temos transição em áreas de baixíssima renda e, também, de classe A.

NOSSO MUNDO SUSTENTÁVEL
May East / Arquivo Pessoal

May East é uma das facilitadoras do movimento das cidades em transição
Foto:  May East  /  Arquivo Pessoal


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