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Ambiente  | 02/02/2011 17h23min

Brasil precisa de mais equipamentos e pessoal para prevenção de desastres naturais, diz secretário

Opinião é de Carlos Nobre, que tomou posse na Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia

A criação do Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais anunciado pelo governo federal após as enchentes na região serrana do Rio de Janeiro deverá exigir a compra de mais dez radares meteorológicos e mil pluviômetros automáticos para usar na previsão e monitoramento de chuvas. A estimativa é do cientista Carlos Nobre, que tomou posse nesta quarta, dia 2, na Secretaria de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

O país tem, atualmente, cerca de 20 radares meteorológicos e 800 pluviômetros automáticos. Os radares captam dados sobre o movimento de circulação da massa de ar e de gotículas de água.

Os dados são processados em supercomputadores para prever a localização e intensidade das chuvas. Já o pluviômetro mede o volume da chuva que caiu. O monitoramento desse dado pode informar se o solo de uma região, como o das encostas de morros, recebeu muita água e pode ter risco de deslizamento.

Nobre quer que as comunidades “saibam ler” os pluviômetros que serão instalados e possam avaliar risco de enchentes e encharcamento de solos.

– Isso não é igual terremoto, dá alerta – explicou.

No dia 11 de janeiro, véspera das chuvas que resultaram nos deslizamentos nas cidades de Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Areal, os pluviômetros da região serrana do Rio já registravam um volume excepcional de chuva; ou seja, havia informação sobre a possibilidade do solo estar encharcado, o que provocou o deslizamento, inclusive em áreas florestadas.

Além de equipamento para a previsão e monitoramento da chuva, Nobre lembra que é preciso usar sensores no solo e fazer estudos geológicos para conhecer as condições de várias áreas de risco, especialmente nas regiões Sudeste, Sul e Nordeste. O secretário não estabeleceu quantas cidades deverão fazer estudos geológicos e instalar equipamentos. Segundo o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, o Brasil tem apenas 100 geólogos especializados nesse tipo de trabalho.

Nos últimos 20 anos, 216 cidades registram anualmente pelo menos cinco mortes por causa de chuva e mais de 500 tiveram perdas materiais.

Após a posse de Nobre e mais quatros secretários do MCT, Mercadante mostrou as imagens impressas do satélite americano GeoEye, processadas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) após o desastre na região serrana do Rio. Um lote de 50 fotos (feitas em 20 de janeiro) com “as cicatrizes do deslizamento” foi entregue à Defesa Civil. As imagens estão disponíveis para download no site do Inpe.

A compra de equipamentos para monitoramento das chuvas e a implementação do Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais envolve o MCT, o Ministério da Integração Nacional, o Ministério da Defesa, o Ministério da Agricultura, o Ministério do Planejamento, o Gabinete de Segurança Institucional e a Casa Civil.

Ainda não há orçamento estabelecido para esses gastos. A Lei Orçamentária de 2011, aprovada pelo Congresso Nacional, ainda não foi sancionada e a expectativa é que haja cortes e remanejamento no Orçamento. A presidenta Dilma Rousseff já assinou medidas provisórias para crédito extraordinário de R$ 780 milhões para obras civis e de rodovia e para concessão de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para capital de giro e investimento de empresas e microempreendedores individuais localizados nos municípios do Rio atingidos pela chuva.

AGÊNCIA BRASIL
 

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