| 02/03/2008 01h35min
O presidente do Equador, Rafael Correa, lamentou neste sábado "a agressão" contra o Equador por parte da Colômbia na operação militar na qual foi morto o porta-voz internacional das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Raúl Reyes, e chamou a Quito seu embaixador em Bogotá. 
Em entrevista coletiva na Base Aérea Mariscal Sucre de Quito, Correa disse acreditar que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, mentiu para ele quando informou sobre a operação, e considerou que essa é a "pior agressão já sofrida pelo Equador por parte da Colômbia", cujos militares entraram em território equatoriano. 
Correa lembrou que na manhã deste sábado, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, lhe telefonou para comunicá-lo sobre a operação e a morte de Reyes, e que essa ação tinha acontecido após troca de fogo com as Farc, que tinham adentrado em território equatoriano ao fugir dos combates. 
— Isto já é grave, mas seria compreensível se acontecesse por causa de 
uma perseguição imediata, ou seja, 
pelo cruzamento de fogo de lado a lado — disse Correa. 
No entanto, ele disse que os relatórios dos quais dispõe agora, entregues por patrulhas militares que foram ao local onde teriam acontecido os combates, adverte que o lugar fica, pelo menos, dois quilômetros dentro do território equatoriano e que se tratou de um "massacre". 
— Para surpresa do governo equatoriano (as tropas equatorianas) encontraram 15 corpos de guerrilheiros e duas guerrilheiras feridas em um acampamento improvisado e que os mortos estavam com roupa íntima, ou seja, que não houve nenhuma perseguição imediata — acrescentou Correa. 
— Foram bombardeados e massacrados enquanto dormiam, utilizando tecnologia de ponta, que os localizou de noite, na selva, seguramente com a colaboração de potências estrangeiras — assegurou o chefe do Estado. 
Deplorou, além disso, que tropas colombianas tenham entrado em território equatoriano para levar o cadáver de Reyes e de 
Guillermo Enrique Torres, conhecido como Julián 
Conrado, ideólogo das Farc. 
— O presidente Uribe, ou estava mal informado ou descaradamente mentiu ao comunicar que o fato aconteceu em uma perseguição imediata — reiterou Correa. 
Segundo ele, o governo equatoriano "não vai permitir mais ultrajes do governo colombiano e vamos ir até as últimas conseqüências para que se esclareça este fato escandaloso, que é uma agressão a nosso território e a nossa pátria". 
Insistiu que chamou a Quito o embaixador equatoriano em Bogotá, Francisco Suéscum, e que em breve sua Chancelaria apresentará um "protesto enérgico" pelo que aconteceu. 
Correa reivindicou "explicações contundentes" a Uribe, para que esclareça se foi enganado por suas próprias tropas ao informar do ataque, ou que reconheça, "perante todo o mundo, que mais uma vez mentiu ao governo equatoriano e que entrou sem nenhum escrúpulo no território equatoriano". 
							
							
								Correa diz que operação no Equador foi "uma agressão a nosso território e a nossa pátria"
								
									Foto: 
									Edgar Domínguez
									
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									EFE
								
							
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