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Gente  | 07/03/2011 07h10min

Na Antártica em defesa das baleias

Brasileiro participou de combate à caça ilegal em missão do Sea Shepherd

George Guimarães, 37 anos, ainda era criança quando decidiu não comer mais carne. Mais de 30 anos depois, o nutricionista é um dos brasileiros que estiveram no início deste ano a bordo do navio Steve Irwin, da frota da ONG Sea Shepherd, que luta para frear a caça das baleias no Japão.

Foram mais de dois meses em alto-mar, exposto a ventos de 100 km/h e ondas de até 15 metros de altura em tempestades que duravam mais de 12 horas. Ainda assim, para Guimarães, a expedição é apenas parte de um projeto antigo de proteção dos animais, que começou ainda na infância e se estende hoje até a fundação do Veddas, grupo de defesa animal.

- É uma experiência única quando se fala de movimento ambiental, ainda não consegui processar o quanto isso vai afetar meu trabalho - afirma.

Mesmo integrando uma família com pouco envolvimento na causa, o paulista decidiu parar de comer carne ainda na infância e, mais tarde, tornar-se vegano. Os veganos, para quem não sabe, têm ações mais amplas quando o tema é a exploração dos animais. Além de mudarem sua alimentação, não usam couro e não vão a rodeios e circos, por exemplo.

Apesar da atuação contra a caça de baleias junto da Sea Shepherd, Guimarães entende que o grande nó para essa e outras questões é um só: a educação.

- Muitas pessoas não sabem o que se passa com os animais até que cheguem a seu prato - afirma o nutricionista, especializado em dietas vegetarianas.

Por isso, mesmo em meio a uma expedição complicada e que exige muito dos voluntários, Guimarães não abriu mão de postar notícias em seu blog. Para ele, a informação com qualidade é o caminho mais eficaz para fazer com que a conscientização se potencialize entre as pessoas.

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Sobre a ação

A ONG Sea Shepherd Conservation Society foi criada em 1977 e hoje é baseada nos Estados Unidos (EUA). Suas ações estão entre as mais bem-sucedidas em defesa da vida no planeta. Somente em 2009, a Sea Shepherd conseguiu cortar pela metade a cota de 1 mil baleias que o Japão planejava caçar. Pelos resultados obtidos até o momento, a ONG estima que, neste ano, esse total será reduzido em até 80%.

George Guimarães teve seu primeiro contato com o capitão Paul Watson na Conferência Nacional de Direitos Animais nos EUA em 2005. Em abril do ano passado, o nutricionista também visitou o Steve Irwin como voluntário por cinco dias, enquanto o navio era preparado para a campanha contra a pesca ilegal de atum azul no Mediterrâneo.

Para a expedição deste ano, que conseguiu fazer com que os navios que caçam baleias voltassem ao Japão antes da hora, Guimarães foi chamado em dezembro. A Sea Shepherd costuma intervir junto aos navios baleeiros para fazer valer a norma do Tratado Antártico, que proíbe a caça de baleias. Dessa vez, a interceptação ocorreu antes do início da caça.

ZERO HORA
 

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