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Itapema FM  | 11/03/2013 22h01min

Ian Anderson fala sobre Jethro Tull e o disco "Thick as a Brick", que apresenta nesta terça-feira em Porto Alegre

"Muitas vezes me pergunto o que a vida seria se eu houvesse me tornado um policial", diz Anderson

Marcelo Perrone

Ian Anderson está de volta a Porto Alegre nesta terça-feira. Desta vez, o vocalista e mentor do Jethro Tull traz a turnê dex aniversário de Thick as a Brick, clássico do grupo inglês e um marco do rock progressivo. Lançado em 1972, o disco é composto de uma única faixa de 45 minutos que narra um poema escrito pelo personagem fictício Gerald Bostock, um garotinho de oito anos.

No show, Anderson apresentará também Thick as a Brick 2, continuação da história de Bostock lançada em 2012. A seguir, confira a entrevista que o vocalista concedeu ao Segundo Caderno via e-mail.

Zero Hora – O senhor tinha 24 anos quando escreveu Thick as a Brick, que tem como personagem Gerald Bostock, autor de um poema épico carregado de impressões existenciais sobre a vida. No ano passado, o senhor apresentou, em Thick as a Brick 2, Bostock na velhice. O que as projeções do personagem quando jovem e as reflexões quando velho refletem do seu próprio processo de amadurecimento entre um disco e outro?

Ian Anderson – A idade está na cabeça e, infelizmente, no corpo também. A parte da mente é a parte fácil de lidar. As várias possibilidades do que poderia ter acontecido com o jovem Gerald Bostock são, de fato, o tema do álbum Thick as a Brick 2. Possibilidades paralelas e opções – da mesma forma que pode acontecer com todos nós. Decisões a serem tomadas e a chance de intervenção do destino. Muitas vezes me pergunto o que a vida seria hoje se eu houvesse me tornado um policial. Ou um cientista de foguetes.

ZH – O senhor acredita que o público jovem de hoje, habituado a consumir música de forma fragmentada, compreende e valoriza o impacto de ouvir um álbum conceitual com mais de 40 minutos de duração, que, no caso de Tick as a Brick, amarra desde a música ao projeto visual que complementa a história narrada?

Anderson – A maioria da produção pop e rock é muito estereotipada e previsível. Algumas bandas, velhas e novas, precisam tentar fazer coisas interessantes. Mesmo se falhar em algumas vezes. Melhor tentar ser original e falhar do que ser uma imitação. Mesmo havendo muitos fãs de rock progressivo, folk e metal nos dias de hoje, e muitos deles em sua adolescência e juventude, não há ainda o suficiente para empurrar um álbum nas paradas. Mas gráficos nunca foram menos importantes do que são hoje. Então não vamos nos preocupar com isso.

ZH – Thick as a Brick fez um grande sucesso em seu lançamento, chegando ao número 1 das paradas. Parece impensável hoje em dia, diante dos artistas que estão no topo dessas paradas, que um álbum conceitual ganhe recepção semelhante. O senhor concorda?

Anderson – Sim, para a maioria dos artistas seria suicídio fazer um álbum conceitual, de música complexa e, em seguida, ir e tocar ao vivo. Mas é tão divertido!

ZH – Por que razão o senhor não gravou Thick as a Brick 2 com o Jethro Tull? O senhor planeja voltar a reunir o grupo após 10 anos sem gravar com seu parceiro Martin Barre?

Anderson – Martin está num grande momento com seu trabalho solo no momento, e acho que está feliz. E eu não tenho planos agora para um show como Jethro Tull, mas, se as ofertas vierem, eu considerarei. Os outros membros da banda tocaram comigo durante uns bons anos, tanto como Tull quanto sob o meu nome. Fora que existem poucas diferenças entre um show do Tull e um do Ian Anderson, são as mesmas canções, letras e arranjos.

ZH – A Passion Play, que também é um disco conceitual do Jethro Tull, completa 40 anos em 2013. Existe algum projeto comemorativo em relação a ele?

Anderson – Apenas a remixagem em surround e estéreo em que Steven Wilson trabalhou comigo antes do Natal. Mas nada relacionado a tocar ao vivo.

ZH – O Jethro Tull sempre transitou com desenvoltura entre o folk, o blues, o rock e o rock progressivo. Na sua avaliação, essa é um das razões pelas quais a banda é tão querida por fãs de todos esses gêneros musicais?

Anderson – Eu não acho que seja um purista em temos de folk, blues ou jazz. Eu apenas pego elementos desses gêneros e tento fazer do meu jeito. Mas, como uma boa peruca, você não deve ser capaz de ver as costuras. Incorporação contínua de diferentes influências e gêneros para criar um híbrido vigoroso. Os fãs desses estilos de música separados possivelmente gostam da música do Tull, mas eles sabem que se quiserem ouvir a coisa de verdade, devem procurar ouvir o tradicional folk inglês e blues de Chicago.

Ian Anderson

Terça-feira, 21h. Duração: 140 min. Classificação: 12 anos. Abertura de Tiago Rinaldi.
Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, s/n), fone (51) 3311-5156.
O show: o músico apresenta, na íntegra, os discos Thick as a Brick e Thick as a Brick 2.
Ingressos: R$ 140 (plateia alta central) e R$ 160 (plateia baixa lateral). Os demais setores estão esgotados. Desconto de 10% para titular do Clube do Assinante. Pontos de venda: na bilheteria do Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80; a partir das 14h), pela Telentrega Ingresso Show 8401-0555 (a partir das 9h), pelo call center 4003-1212 (a partir das 9h), na bilheteria do Auditório Araújo Vianna (a partir das 18h) e pelo site www.ingressorapido.com.br (há cobrança de taxas).

SEGUNDO CADERNO
Opus / Divulgação


Foto:  Opus  /  Divulgação


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