clicRBS
Nova busca - outros

Veronica Stigger

Divulgação

Situações aparentemente rotineiras que ganham, aos poucos, contornos inusitados, frequentemente absurdos, são a tônica da literatura de Veronica Stigger, escritora nascida em 22 de janeiro de 1973, em Porto Alegre, e radicada em São Paulo desde 2001. Em seus textos, ela explora os limites entre gêneros, como prosa, poesia e roteiro cinematográfico, com histórias pontuadas com certa violência e erotismo. Seu livro de estreia, a coletânea de contos O Trágico e Outras Comédias, foi lançado primeiramente em Portugal, em 2003 (editora Angelus Novus), e um ano depois no Brasil pela editora 7Letras. Professora e pesquisadora de história da arte, Veronica trabalha de forma integrada a literatura e os elementos gráficos da reunião de contos Gran Cabaret Demenzial (Cosac Naify), publicado em 2007. Em 2010, lançou seus dois mais recentes títulos. Os Anões (Cosac Naify) inova pelo formato, com páginas espessas, duras. Já Dora e o Sol (Editora 34) marca sua estreia na literatura para o público infantil.

ZH — Seu trabalho explora os limites entre os gêneros literários.Você acha que não faz mais sentido pensar nesses gêneros como coisas estanques?

Veronica — É o que acho.Não acredito na estabilidade da forma literária, fixada em gêneros bem definidos como o conto, o poema, a novela, o romance. Creio que a delimitação dos gêneros literários se deve mais a uma exigência do mercado do que a uma necessidade do escritor (pelo menos dos escritores que me interessam). Do meu ponto de vista, o trabalho do autor deveria necessariamente passar por uma tentativa constante de colocar em questão — ou seja, levar a seus extremos, e ultrapassá-los — não apenas os gêneros literários,mas a própria ideia de literatura.

ZH — Está nos seus planos o lançamento de seu primeiro romance? Ou, se você preferir não se ater ao "gênero", algum trabalho com textos mais longos?

Veronica — No momento, trabalho em dois livros. Um reunirá textos que podem ser chamados de contos, mas são só três, e mais extensos do que os meus usuais (digo "contos", mas um deles tem a forma de uma peça de teatro, outro,de um relativamente longo poema em tercetos). O livro deverá se chamar Sul. O segundo não terá a forma de um romance, mas de uma novela. Seu título é Opisanie Swiata, que quer dizer "descrição do mundo" e é como se traduziu Il Milione, o livro de viagens de Marco Polo, para o polonês. A ideia é que ele se constitua de uma espécie de livro de viagens que acompanhará o deslocamento do personagem Opalka, um cinquentão polonês, da sua terra natal até a Amazônia.A forma dominante do livro será a do relato de viagens, porém, a ela se mesclarão outras formas como a do diário e a da narrativa epistolar.

ZH — O leitor ainda tem esse fôlego ou está perdendo em detrimento do consumo mais rápido?

Veronica — Não creio que o leitor esteja perdendo o fôlego. Nunca estudei o caso, mas me parece que, em geral, os romances são preferidos em detrimento das histórias curtas. Mercadologicamente,os contos são um fracasso.

Escritora tem histórias pontuadas com certa violência e erotismo. Veja vídeo

 
 

Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2009 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.