| 29/06/2008 00h14min

— Desde novo ele é assim. 
A sucinta frase da mãe do técnico Celso Roth, dona Ivanilde, resume a personalidade do então jovem criado na área chamada de Antena, no bairro Jardim América, em Caxias do Sul. 
Roth perdeu o pai cedo, em um acidente de trânsito, trabalhou, estudou, foi jogador de futebol por apenas três anos e partiu para o Exterior aos 31, para tentar a carreira de técnico no Oriente Médio. A maioria dos familiares dele prefere não falar sobre suas origens. Quase um mistério. Na verdade, Roth preserva a família. 
— Ele não gosta que falem. Ele sempre foi um rapaz normal, cumpriu com suas obrigações. Tá, moço? E não coloca mais do que isso - limita-se a contar a mãe, que reside no Jardim América e falou com a reportagem por menos de cinco minutos. 
Dois primos do técnico também não 
quiseram falar sobre o assunto. Roth é rotulado como sério, carrancudo, 
parte da imprensa e dos torcedores dos clubes por onde passou insiste em criticá-lo. Mas ele nem sempre foi assim. 
Nascido no dia 30 de novembro de 1957 em Caxias do Sul, Celso Juarez Roth iniciou a carreira no futebol amador, pelo Caxias. O Juarez de seu nome teria sido colocado pelo pai, torcedor do Grêmio, que homenageou o atacante Juarez, que brilhou no tricolor na década de 1950. 
Em 1975, como profissional, jogou pelo Juventude. Parou em 1978. Quatro anos depois, formou-se em Educação Física pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Segundo o professor aposentado Pedro Ernesto Baungarten, 65 anos, que lecionou a disciplina de voleibol para Roth, ele era um rapaz que conversava bastante. Como aluno, tinha objetivos bastante definidos. Aceitava opiniões, mas era seletivo em absorvê-las: 
— Ele é uma pessoa determinada, que acredita no que quer fazer. 
Uma cena que Baungarten faz questão de recordar é sobre as aulas de ginástica 
rítmica. Os acadêmicos precisavam se apresentar 
com roupas características. 
— Ele vai ficar bravo, mas pode colocar aí: ele ficava uma gracinha com aquela malha de ginástica - conta, aos risos. 
Antes de se formar pela UCS, Roth retornou ao futebol em 1981, desta vez como auxiliar de preparador físico, também pelo Juventude. O técnico, na época, era Luiz Felipe Scolari. Passados dois anos, Roth foi promovido a preparador titular. Felipão foi para o Al-Qadsia, no Kuwait, e Roth foi contratado como treinador dos juniores, em 1988. Passados dois anos, estourou a Guerra do Golfo, que obrigou Roth a sair do país. Mas seguiu trabalhando na Ásia. 
Retornou ao Rio Grande do Sul em 1993, como treinador dos juniores do Inter, e partiu para os Emirados Árabes em 1994. Após dois anos, foi para o Brasil, de Pelotas, em seguida Esportivo, Caxias e, enfim, o Inter, em 1997. Dois anos depois, seria campeão gaúcho com o Grêmio. Casado e pai de dois filhos, Roth é pós-graduado em Aprendizagem Motora pela UCS. Fala 
inglês. Dos 12 clássicos que tem no 
currículo, venceu quatro pelo Grêmio e dois pelo Inter. Como diz dona Ivanilde, sempre cumpriu com suas obrigações.
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