Demitido na noite desta quarta-feira, o técnico Vagner Mancini se disse surpreso com a decisão da direção gremista. Ele concedeu entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira no Hotel Blue Tree, em Porto Alegre, na qual não deixou claro os motivos de sua saída, mas garantiu jamais ter permitido intervenção no seu trabalho dentro do vestiário:

— Eu não permiti e não permitirei jamais isso. Disseram que eu não tinha comando de vestiário, mas eu privava os jogadores de alguma grosseria porque você não precisa ter respeito dando um tapa. Eu sou um técnico ofensivista e fui campeão jogando desta forma. Aqueles que me trouxeram deveriam saber disso. O Mancini não joga retrancado. Eu cheguei ao Grêmio em função do que eu fiz no Paulista, que sempre era o melhor ataque.

Com cerca de três meses de trabalho, o técnico não sofreu nenhuma derrota. Venceu quatro dos seis jogos que disputou no Gauchão e na Copa do Brasil, e empatou dois.

— Foi uma surpresa. Quando chegamos há cerca de 60 dias foi pedido que se houvesse uma remontagem na equipe já que vários atletas haviam saído e sabíamos que iniciaríamos o ano com uma equipe ainda em formação — afirmou Mancini, mencionando ter ouvido da direção a crítica de que time caía de produção no segundo tempo.

Mancini estava pronto para fixar residência em Porto Alegre — sua família chegaria neste sábado à Capital. Questionado sobre o seu sentimento, disparou:

— Magoado não, porque o Grêmio é muito grande. Eu tive a oportunidade de jogar no Grêmio, fui campeão da Libertadores com o clube e esta ligação ninguém tira. Daquelas pessoas que estão hoje dentro da direção do Grêmio eu levo um pouco de decepção porque, de certa, forma estávamos atingindo os objetivos.