A revolução bolivariana é o único caminho para a libertação da América Latina, afirmou nesta segunda-feira o presidente venezuelano, Hugo Chávez. Por ocasião de um novo aniversário da tentativa golpista que liderou há 16 anos, ele fez um pronunciamento de mais de três horas, transmitido em cadeia nacional obrigatória de rádio e TV.

Em seu discurso, Chávez disse que "o império" (Estados Unidos) está consciente do poder de sua revolução, por isso Washington continuará seu suposto empenho de derrotá-la. Também ressaltou o que julga avanços conquistados pelo processo iniciado no dia da tentativa de golpe e que dirige desde que assumiu o governo pela primeira vez, em 1998.

— O império não descansará em seu empenho em freá-la (a revolução bolivariana), porque é o caminho de libertação não só do povo venezuelano, mas dos povos da América Latina e o Caribe — expressou.

Chávez assinalou que apesar das conquistas em matéria social, política e econômica, ainda resta muito para instaurar o modelo socialista na Venezuela. Durante o ato oficial, condecorou militares que o acompanharam durante a tentativa golpista e pediu às Forças Armadas "unidade, eficácia" e que a cada dia sejam mais patriotas e revolucionárias.

O presidente da Venezuela repetiu que liderou o golpe em nome do povo que, segundo ele, foi massacrado três anos antes, em 1989, durante o chamado caracazo, revolta popular contra a fome e a miséria derivada do pacote econômico imposto pelo segundo governo do presidente Carlos Andrés Pérez. Chávez e os militares envolvidos no fracassado golpe foram julgados e condenados em 1992 por rebelião, mas em 1994 obtiveram o indulto do então presidente, Rafael Caldera.