Não era o desfecho ideal para uma pré-temporada de tanto sucesso quanto a empreendida pelo Inter no Oriente Médio. O ideal era todos desembarcarem juntos em Porto Alegre, a taça da Copa Dubai de mão em mão, celebrando com a torcida.

Mas deu confusão de vôos em São Paulo. E a delegação se dividiu: uma ficou no aeroporto de Guarulhos, outra embarcou para Porto Alegre. Quem conseguiu pegar o primeiro vôo, chegou ao Aeroporto Salgado Filho por volta da 0h30min.

Neste grupo estavam 11 jogadores, dentre os quais Alex, Nilmar, Roger, Sidnei e Índio. Mais de uma centena de torcedores, munidos de faixas, bandeiras e tambores os saudaram entusiasticamente.

Uma pequena confusão se formou no saguão do aeroporto, acentuada pelo desembarque de um jovem com a camisa do Grêmio. Três seguranças tiveram de o escoltar até a saída do prédio.

Eufóricos, os colorados cercaram os jogadores em busca de autógrafos e fotografias. Embora alguns lamentassem a ausência de nomes como Fernandão, Iarley, Renan e Clemer — que ficaram em São Paulo —, houve uma grande festa aos primeiros campeões da Copa Dubai que chegaram.

Entre os atletas, quem ficou na capital paulista, claro, não gostou nem um pouco. Perdido o vôo que sairia às 22h, a próxima e única alternativa estava marcada para 4h da madrugada.

O vôo da Fly Emirates, desde Dubai, atrasou duas horas. Assim, o Inter chegou a São Paulo faltando apenas 40 minutos para a saída a Porto Alegre, e não com tempo de sobra para a conexão.

A demora na esteira de bagagens completou a confusão. O diretor executivo Newton Drummond tentou, por telefone, atrasar o vôo da TAM. Não conseguiu. O check in estava encerrado.

Quem precisava despachar bagagem, portanto, estava condenado a uma longa espera em Guarulhos. Mas e quem tinha só bagagem de mão? A estes era permitido o embarque, mesmo em cima da hora.

Alguns jogadores deixaram suas bagagens aos cuidados do massagista Juarez Quintanilha e, assim, embarcaram.

— O problema foi lá em Dubai. Começou errado numa ponta, terminou errado na outra — afirmou o diretor de futebol Sílvio Silveira, que chefiava a delegação, sem explicar porque o grupo se dispersou no aeroporto, facilitando a confusão.

— Só espero que desmarquem o treino de amanhã (hoje à tarde). A gente vai estar pregado — lamentava Clemer, referindo-se às 14 horas de viagem desde os Emirados e, agora, outras cinco em São Paulo.

A confusão deve atrapalhar a programação de treinos para a estréia no Campeonato Gaúcho, contra o Inter-SM, domingo. O trabalho de hoje à tarde deve ser cancelado.