O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou na noite desta quinta-feira, durante seu pronunciamento de final de ano em cadeia nacional de rádio e televisão, o crescimento do Brasil, que deve alcançar 5% este ano, e a queda do desemprego a níveis históricos. Reclamou, porém, da derrubada da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) pelo Congresso, que tirará R$ 40 bilhões do Orçamento da União em 2008. Em sua fala, Lula afirmou que alguns dos projetos na área de saúde para o próximo ano ficaram "truncados" pela perda dos recursos.

— Na saúde, no começo de dezembro, lançamos o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que destinaria até 2010 mais de R$ 24 bilhões para o setor. Entre outras coisas, todas as crianças das escolas públicas passariam a ter consultas médicas regulares, inclusive com dentistas e oculistas. Infelizmente, esse processo foi truncado com a derrubada da CPMF, responsável, em boa medida, pelos investimentos na saúde. Como democrata, respeito a decisão tomada pelo Congresso. E estou convencido de que o governo, o Congresso e a sociedade, juntos, encontrarão uma solução para o problema — afirmou.

No restante do pronunciamento, Lula comemorou o que considera as boas notícias do Brasil este ano.

— Já podemos dizer com certeza que nossa economia cresceu mais de 5% em 2007. E 2008 será também muito bom, pois estamos iniciando o ano com um ritmo bem vigoroso. O desemprego está em queda. De Janeiro a novembro, criamos 1,936 milhão de empregos com carteira assinada, um recorde histórico. Segundo o IBGE, o índice de desemprego no mês passado foi de 8,2%, o mais baixo de toda a história dessa pesquisa — disse.

De acordo com o presidente, finalmente o Brasil estaria criando um "amplo mercado de massas" e "14 milhões de brasileiros ingressaram nessa nova classe média". Lula comemorou, também, o resultado do Índice de Desenvolvimento Humano preparado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que este ano incluiu o Brasil, pela primeira vez, entre os países de alto desenvolvimento humano.