A nuvem de cinzas formada pela erupção de vulcão chileno pode chegar ao Rio Grande do Sul na quarta-feira. Na fronteira, as cinzas devem cobrir ruas e campos.

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O meteorologista do Grupo RBS Cléo Kuhn explica que a chegada das cinzas ao Estado depende da circulação dos ventos. Hoje, o vento norte impede o alcance das rajadas que vem do Sul e do Oeste.

— Amanhã, o vento vira para o Oeste, mas ainda pegando a parte mais norte da Argentina e do Chile sobre o RS. Na quarta-feira, quando entra o ar seco, ele traz um pouco do vento e da umidade que vão dominar o sul da Argentina. É então que pode trazer junto com ele as cinzas do vulcão — disse Kuhn.

O professor do Instituto de Geociências da UFRGS, Ruy Phillip, também acredita que as cinzas devem chegar ao Estado, porém com menor intensidade:

— As cinzas devem chegar porque a erupção do vulcão foi significativa. A gente tem visto pelas notícias que a coluna de gases tem ultrapassado 10 km de altura e dessa forma elas devem chegar na parte alta da tropostfera, primeira camada da atmosfera. E, consequentemente, os ventos que ocorrem na região andina devem ultrapassar a própria cadeia de montanhas e empurrar as cinzas para a parte oeste do RS — explicou.

Phillip minimizou a intensidade das cinzas, que devem chegar ao Estado entre hoje e quarta-feira:

— Não vai ser o que está ocorrendo em Bariloche, quando tem cinco centímetros de cinza depositadas. Nas cidades fronteiriças, como Bagé, Candiota, Uruguaiana e Santa Rosa, a gente pode acordar e ver uma leve sujeira em cima dos carros hoje, amanhã e depois de amanhã.

A erupção do vulcão chileno causou o fechamento do aeroporto de Bariloche, na Argentina, onde as ruas ficaram tomadas pela fuligem. No Chile, os aeroportos operam normalmente, mas 3,5 mil pessoas tiveram de sair de casa nas áreas próximas ao complexo vulcânico, no Sul.


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Foto: Nasa, Divulgação