Um espaço que não pertence a ninguém e que, ao mesmo tempo, é de todo mundo. É assim que os arquitetos Jéssica De Carli e Felipe Azevedo definem o ambiente minimalista que compreende Bilheteria e Chapelaria, de 35m².

— O papel de parede, por exemplo, não remete a um lugar específico, mas a uma ilha que pode estar localizada em qualquer parte do mundo — explica Jéssica, referindo-se à estampa utilizada na parede à direita da entrada e que se estende pelo espaço seguinte.

O décor é norteado pelo conceito de verdade dos materiais, que busca mostrá-los em sua forma mais crua. Assim, cordas rústicas amarradas a estruturas metálicas pintadas de preto forram parte do teto e da parede à esquerda (ambas em concreto sem reboco pintadas de preto-fosco). Elas também delimitam o vão da escada.

— O bacana da corda é que ela não compromete a visibilidade de um ambiente para o outro — acrescenta Jéssica.

Os profissionais desenharam um aparador em MDF ao natural, com apenas o rodapé pintado de preto. O móvel, que possui um nicho para acomodar a palmeira-fênix iluminada por um refletor, serve de apoio ao atendimento da entrada da Mostra.

Três xilogravuras da artista plástica Mara De Carli dos Santos enfeitam a parede preta-fosca e fazem dupla com as poltronas artesanais importadas da Indonésia (com estrutura em apuí e trama de junco tingida).

— É, sem dúvida, um ambiente rústico-chique, que mistura alguns elementos caros com outros extremamente baratos. E quem compra um ambiente assim é uma pessoa viajada, que tem bom gosto e sabe identificar essas referências. Uma pessoa que tem tudo a ver com a Mostra — diz Jéssica.