A bateria é o ponto fraco do Bluetooth 3.0, nova versão do padrão de conexão sem fio anunciado na última terça-feira, prometendo uma velocidade oito vezes superior, mas com o sério risco de comprometer a carga dos dispositivos equipados com ele.

Para o professor de informática da Pontifícia Universidade Católica (PUCRS) César De Rose, o aumento da vazão de dados (quantidade trafegada, que confere maior velocidade ao padrão) trará dificuldades quanto à carga de aparelhos equipados como modelo.

– Se eu aumentar a distância e a vazão, eu vou ter que aumentar o sinal, e daí eu vou ter problemas com a bateria – explica De Rose.

Com o aumento da vazão, outra questão levantada é a aproximação entre o Bluetoothe e o wireless, outro padrão da indústria. O aumento na velocidade, deixa a distância entre os padrões um tanto “nebulosa”.

– As coisas começam a ficar meio sem sentido. Por que que eu usaria o Bluetooth se eu tenho o wireless? O smartphone já tem wireless para grandes distâncias e com o mesmo volume – comenta o professor.

Uma das novas aplicações possíveis para o Bluetooth 3.0 é o uso em equipamentos que tradicionalmente não têm rede sem fio, como TVs, aparelhos de som e DVDs. Com o novo padrão, a transmissão de imagens entre estes dispositivos será possível sem o uso de cabos, como a exibição de imagens de uma filmadora em um televisor. 

– Com o novo Bluetooth seria possível, por exemplo, exibir imagens do teu celular na TV, mas eu não imagino uma pessoa ouvindo música armazenada no smartphone, pela televisão.

César De Rose concedeu entrevista por telefone ao clicRBS, explicando não só como funciona o desenvolvimento de padrões como o Bluetooth, mas também sobre a substituição de padrões tecnológicos observada em outros aparelhos, como o USB e o Firewire, ou o BetaMax e o VHS.

Você pode baixar a íntegra da entrevista (15min17s, 14MB) clicando com o botão direito do mouse aqui e selecionando a opção "Salvar link como" na caixa de diálogo que surgirá. Para ouvir, clique aqui.