Conteúdo: portal-social  | 30/06/2009 13h27min

Crack: um talk show para mobilizar o Estado

RBS promoveu ontem evento para discutir como impedir avanço da droga

Da Zero Hora

A fábrica de mendigos que já arruína cerca de 50 mil lares gaúchos e avança fora de controle foi debatida no talk show Todos Contra o Crack, na noite de ontem, em Porto Alegre.

Promovido pelo Grupo RBS, em parceria com o BarraShoppingSul e 14 instituições de Ensino Superior do Estado, o encontro reuniu especialistas em saúde, prevenção e repressão ao tráfico. A noite foi aberta pelo presidente do Grupo RBS, Nelson Sirotsky, que afirmou que a campanha Crack, Nem Pensar não é apenas da empresa, mas uma mobilização da sociedade gaúcha.

Entrevistado por Cristina Ranzolin, apresentadora do Jornal do Almoço, o psiquiatra Flávio Pechansky alertou sobre a necessidade de socorrer a vítima da pedra imediatamente.

A plateia pôde interagir com os entrevistados. Os repórteres Luciano Périco, da Rádio Gaúcha, e Manoel Soares, da RBS TV, coletavam as perguntas e as manifestações no Centro de Eventos do BarraShoppingSul.

O avanço do crack foi abordado pelo secretário Estadual da Saúde, Osmar Terra, que notou a explosão da droga nos últimos quatro anos. É tão avassalador, avisou Terra, que o quadro atual poderá dobrar de gravidade em apenas dois anos. Conforme o secretário, o crack está provocando cinco ou seis mortes por dia, metade delas por assassinatos.

Psiquiatra e professor da Unisinos, Rogério Horta ponderou que o dependente do crack precisa de tratamento continuado. Sugeriu que os governos garantam o financiamento em saúde no combate ao tóxico.

A repressão à epidemia de crack foi debatida pelo comandante-geral da Brigada Militar, coronel João Carlos Trindade Lopes, e pelo presidente da Associação do Ministério Público, promotor Marcelo Dornelles. Entrevistados por Cláudio Brito, os dois trataram sobre os aspectos legais de responsabilização dos usuários.

Uma dos destaques foi o ex-usuário Luis Fernandes Visnieski, 28 anos. Ele conversou com o colunista Paulo Sant’Ana, contando que fumou crack por quatro anos. No auge da dependência, torrou R$ 1,8 mil, recebidos quando foi demitido do trabalho como indenização, em apenas três dias, fumando a exorbitância de 360 pedras. O talk show teve a participação animada dos integrantes do programa Pretinho Básico, da Rádio Atlântida.

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