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Inovar ou copiar, eis a questão!

Valdo Barcelos*

A campanha do Grupo RBS A Educação Precisa de Respostas convida para algumas reflexões. Uma delas é nossa tendência histórica para copiar modelos estrangeiros. Tornamo-nos exímios copiadores, imitadores de práticas alienígenas. Não se trata de defender o isolamento cultural. Trata-se de estimular o pensamento criativo, incentivar a reflexão e adotar práticas que busquem inovar em detrimento da memorização e da "decoreba" de fórmulas e conceitos.

Quando elaboramos nossas teses e demais trabalhos acadêmicos, somos vitimados por essa estranha "mania" de ir buscar alhures as respostas para os problemas que nos desafiam. Continuamos nos esquecendo de uma obviedade quando se trata de importar ideias ou programas: aquilo que pode ser uma grande ideia para um pensador de outra cultura, e ter pertinência social, pode aqui significar nada mais, nada menos, que um mero capricho, um preciosismo acadêmico, quando não mero modismo.

O que está acontecendo com a educação no Brasil é algo que vem de muito longe. Remonta ao tempo do Brasil Colônia do Império português. Tem a ver com a própria origem dos primeiros modelos de educação que foram para estas terras brasilis importados e, meramente, implementados sem levar em consideração a cultura e a história local. A nossa situação de precariedade na educação escolar é uma decorrência do modelo, ou melhor, dos modelos que foram adotados desde sempre até hoje.

Outra questão importante é que o que estou aqui afirmando não é nenhuma novidade. Pelo menos para quem tem se preocupado, realmente, em estudar e tentar entender com seriedade e honestidade o que acontece com a sociedade brasileira e com a educação escolar em particular. Senão, vejamos: o antropólogo e educador Darcy Ribeiro já dizia, nos idos da década de 70, que o Brasil padecia de uma doença crônica que era a tendência de copiar e de imitar os modelos, primeiro de além-mar - Portugal -, depois, norte-americanos, ao invés de buscar criar, de inventar as próprias alternativas para os seus problemas e dificuldades. Os modelos educacionais adotados no Brasil têm esquecido algo elementar: das crianças reais e do país real em que vivemos: o Brasil. O país que tem, na sua história, educadores como Darcy Ribeiro, Anísio Teixeira e Paulo Freire - só para citar três clássicos - não poderia jamais estar passando por situação tão precária na educação.

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Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho

Prêmio RBS de Educação

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