Não há explicação, na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para o preço do petróleo atingir sucessivos recordes, como vem ocorrendo nos últimos meses.
— O petróleo não precisaria custar o que está custando. Poderia estar na metade, que já estaria bom — considerou ele, nesta quinta-feira, durante entrevista à TV Bloomberg.
O Enquanto a entrevista do presidente era exibida, eram registrados sucessivos recordes de alta do preço da commodity, que atingiu nesta tarde o valor de US$ 140,39 por barril, nova máxima histórica.
Lula lembrou que os especialistas atribuem a elevação a vários fatores, como o aumento do consumo da China e o uso das reservas petrolíferas nos Estados Unidos.
— Mas temos consciência de que não precisaria estar no preço em que está — reafirmou.
Alimentos
Para o presidente, é preciso que os governos façam as contas levando em
consideração os impactos do custo do petróleo sobre a produção de alimentos, por exemplo.
Ele citou que os impactos da alta da commodity (matéria-prima) sobre os produtos alimentícios vão desde os fertilizantes até a logística, o transporte.
— Acredito que o mundo se dará conta da irresponsabilidade deste momento tanto por conta do petróleo quanto pelos alimentos — observou, acrescentando que o Brasil vem cumprindo sua parte nessa questão.
Na avaliação de Lula, esse tema precisaria entrar na discussão de todo o mundo.
— Estou indo para o encontro do G-8 para discutir o assunto — disse, acrescentando que um dos pontos que levam ao aumento dos preços é o fato de que, desde 2001, vem-se consumindo o estoque regulador do mundo.
De acordo com o presidente, as pessoas não se deram conta de que há mais chineses, indianos, africanos, brasileiros, latino-americanos comendo mais.
— Se é uma crise para alguns países, para o Brasil é grande oportunidade de se transformar em celeiro —
avaliou.
AE
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