Independentemente de quem vença a eleição presidencial nos Estados Unidos, haverá uso do etanol brasileiro naquele país. A avaliação foi feita na tarde desta quinta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao canal de TV Bloomberg.
— Qualquer um que ganhe as eleições lá se dará conta: (o etanol) é mais barato, gera mais emprego, garante mais paz, não cria conflito com a produção de alimentos — enumerou.
Para Lula, o posicionamento dos candidatos democrata, Barack Obama, que é contra a compra do produto brasileiro, e do republicano, John McCain, que está a favor, é apenas uma questão de estratégia eleitoral.
— Cada um, neste momento, faz discurso para seus eleitores. Quando tomam posse e assumem, começam a trabalhar em função da realidade — argumentou.
Lula acrescentou, no entanto, que o etanol brasileiro, produzido por meio da cana-de-açúcar, não precisa necessariamente substituir a produção americana.
— Não precisam prescindir do que já estão fazendo. Cada
governo tem soberania para decidir o que é melhor para seu país — alegou, alertando, porém, que é preciso identificar os reflexos das decisões para o resto do mundo.
O presidente ressaltou que a produtividade da cana é 126% maior que a do milho (do qual é feito o etanol nos EUA) e o custo da primeira é 50% inferior ao do segundo.
— É tudo mais barato e com a garantia de que os Estados Unidos estarão cercados por países que vivem em paz e que os querem como parceiros — resumiu.
Para Lula, a responsabilidade do petróleo sobre a atual disparada da inflação global é muito maior do que a do milho, no entanto. Vale lembrar, contudo, que grande parte da elevação dos índices está relacionada ao aumento dos preços de produtos alimentícios.
AE
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