O barril do petróleo Brent, de referência na Europa, bateu nesta quinta-feira um novo recorde ao passar de US$ 140 no mercado futuro de Londres, puxado pelos temores de problemas no abastecimento. O barril para entrega em agosto estava cotado a US$ 140,38 às 15h13min (Brasília), valor US$ 6,05 maior que o registrado no fechamento de quarta-feira.

Depois, às 15h33min (Brasília), o Brent moderou sua ascensão e era intercambiado a US$ 139,79. A alta do Brent coincidiu com a do Petróleo Intermediário do Texas (WTI, leve), que chegou a US$ 140,05 no mercado de Nova York, valor US$ 5,50 superior ao de ontem, em um dia em que o dólar perdeu terreno frente ao euro e outras divisas.

O preço do petróleo manteve uma forte tendência de alta durante toda o pregão tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, um dia depois de o Federal Reserve (Fed, banco central americano) decidisse manter em 2% as taxas de juros, sem dar mostras claras de que irá subi-los em breve.

A manutenção dos juros causou um imediato enfraquecimento do dólar, o que fez com que os investidores transferissem seu dinheiro para matérias-primas que, como o petróleo, são negociadas nessa divisa.

Além da queda do dólar, outra razão para o encarecimento do petróleo foram os contínuos temores de uma falta de provisão frente ao aumento da demanda, motivados pelas constantes tensões em países produtores como Irã, Nigéria e Líbia.

Opep

O presidente da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Chakib Khelil, disse hoje que prevê que o preço do barril de petróleo fique, "provavelmente", entre "US$ 150 e US$ 170" durante este inverno, e que em caso de crise política mundial pode chegar a US$ 200, US$ 300 ou US$ 400 dólares.

O petróleo caiu ontem em Londres e Nova York após anúncio do Departamento de Energia americano de que as reservas de petróleo e de combustíveis armazenados na semana passada superavam as expectativas do mercado.