O diretório municipal do PP aprovou na noite desta segunda-feira o apoio à candidatura do deputado Onyx Lorenzoni (DEM) na eleição para a prefeitura da Capital. O placar da votação foi de 64 votos contra 35. No começo da reunião, os pré-candidatos a vereador apresentaram um carta apoiando Onyx. Os integrantes mais antigos, em sua maioria, estiveram com o prefeito José Fogaça.
Vendo que os postulantes a cadeira no parlamento estavam em favor de Onyx, o vereador Beto Moesch argumentou que ser "suplente" na situação oferecia mais possibilidades do que na oposição.
Moesch e os demais defensores de Fogaça disseram que a candidatura de Onyx tem poucas possibilidades de vencer. Como ex-secretário, ele disse que a reeleição de Fogaça era a reeleição do PP:
— Vamos perder uma oportunidade. O que está em jogo não é apoiar o Fogaça, é apoiar nossa própria reeleição.
O mais exaltado, que elevou o tom de voz, foi o secretário do Meio
Ambiente, Miguel Wedy. Depois de críticos do
prefeito dizerem que Fogaça "enrolou" o PP por três meses até aceitar a coligação proporcional, Wedy, que participou das tratativas, destacou:
— Não admito que me chamem enrolador. Isso agride minha moral.
O secretário-geral do PP, Gustavo Paim, exaltou o fato de Onyx ter procurado o PP antes. Para aqueles que desdenham da capacidade eleitoral de Onyx, respondeu:
— Nas últimas eleições para o Piratini ou para a prefeitura, o favorito não venceu.
As galerias aplaudiram com mais entusiasmo os defensores de Onyx — mas a diferença não foi tão representativa quanto o resultado da votação.
Miguel Wedy anunciou que deixará a secretaria na manhã de terça-feira. Marco Antônio Seadi, secretário de direitos humanos, deixou a votação antes do anúncio do resultado e disse que se definirá por deixar ou não o cargo na terça, após reunião da executiva. Tarso Boelter marcou a reunião da executiva, na sede da bancada da
Câmara, às 10h30min de terça-feira.
Surpreso
O secretário de Gestão e Acompanhamento Estratégico, Clóvis Magalhães, disse ter ficado surpreso com o resultado da votação:
— A mim surpreendeu. Primeiro porque PP sempre esteve incorporado no governo. As pessoas com quem eu vinha mantendo contato sempre visaram negociar coligação. A comissão do PMDB declarou aceitar integralmente a proposta do PP, o que já tinha sido manifestado pelo presidente Záchia (Luiz Fernando Záchia). É uma decisão partidária que a gente respeita, mas não nos parece que corresponde ao nível de lealdade que construímos juntos.
Magalhães não quis comentar a saída dos secretários:
— Essa não é uma questão para esse momento. Não é nem processo convencional ainda. A sociedade porto-alegrense não pode sofrer ações brusca.
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