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19 de maio de 2024
 

Eleições 2008 | 27/10/2008 | 01h19min

Análise das eleições: Lula é maior que o PT

Diante da escassez de lideranças nacionais, será Lula o tutor do candidato petista ao Planalto

Klécio Santos | klecio.santos@gruporbs.com.br

Os resultados do segundo turno consolidam a projeção da disputa pela Presidência da República em 2010. Se a vitória retumbante de Gilberto Kassab (DEM) em São Paulo assegura a vaga da oposição para o governador José Serra (PSDB), o fracasso do PT nas capitais mostra que nenhum figurão do partido ameaça a preferência do presidente Lula pela ministra Dilma Rousseff.

As urnas mostraram que Lula é muito maior do que o PT. Poucos se arriscaram a criticar seu governo nas eleições. E apesar de o PT ter crescido em cidades de porte médio, o pífio desempenho do partido nos grandes colégios eleitorais o deixa cada vez mais à mercê de Lula. Diante da escassez de lideranças nacionais, será Lula o tutor do candidato petista ao Planalto. Sua vontade irá se impor naturalmente, ainda mais após o fiasco de Marta Suplicy na capital paulista, cuja campanha errática fez a candidata sair das urnas menor do que entrou.

O encolhimento de Marta e o revés do governador baiano Jaques Wagner, que viu Walter Pinheiro (PT) perder para João Henrique (PMDB) em Salvador, ajudam Lula a esboçar o mapa para 2010. O fato de o PMDB ser o grande vencedor desta eleição reforça no presidente a necessidade de manter o aliado sob seu guarda-chuva. O triunfo do partido até faz alguns dirigentes vislumbrarem uma candidatura própria. O sonho de consumo seria o governador mineiro Aécio Neves que, embora tenha se recuperado com a vitória de Marcio Lacerda (PSB) em Belo Horizonte, não encontra espaço no PSDB por causa da musculatura adquirida por Serra.

Sem um nome forte para o Planalto, o PMDB deve se contentar mesmo em indicar um vice para Dilma. Dois postulantes despontam: o ministro Geddel Vieira Lima, patrono da vitória em Salvador, e o governador do Rio, Sérgio Cabral, fiador do triunfo de Eduardo Paes. Cabral sai na frente e já acena com uma compensação: apoiar para o governo do Estado o prefeito reeleito de Nova Iguaçu, o petista Lindbergh Farias. Seria o embrião de uma aliança nacional.

O problema é o apetite do PMDB, proporcional ao seu gigantismo. O partido elegeu prefeitos no segundo turno em territórios estratégicos como Rio, Salvador, Florianópolis e Porto Alegre. Alguns sinais de independência estão sendo enviados a Lula. Esse comportamento também leva em conta a figura de Serra, o grande protagonista dessa eleição.

O tucano não só foi o estrategista da candidatura de Kassab, como também influenciou a disputa carioca, apoiando Fernando Gabeira (PV) desde o primeiro momento. Embora derrotado, Gabeira ganhou um raro verniz na campanha: o de um candidato que não se dobra à politicagem. Um gesto diz tudo. Serra fez questão de votar ao lado de Kassab ontem. Mais do que referendar sua escolha, o ato foi uma exibição de poder.

 

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