O primeiro alvo de disputa entre José Fogaça (PMDB) e Maria do Rosário (PT) nas alianças para o segundo turno das eleições de Porto Alegre será a candidata Manuela D'Ávila (PC do B). O resultado de hoje mostrou que Manuela teve 120 mil votos.
Rosário acena com a história em comum, muitas eleições travadas na mesma trincheira e a parceira dos dois partidos no governo federal. Fogaça estimula as fissuras e os desgastes surgidos na relação entre petistas e comunistas para cativar o coração e os votos de Manuela.
A sedução de Fogaça
A coordenação de campanha do prefeito Fogaça vai procurar Manuela a partir de hoje com uma certeza: se a relação entre comunistas e petistas fosse inviolável, os dois partidos não teriam remado em direções diferentes na primeira etapa da eleição.
Para garantir o apoio de Manuela, a equipe do peemedebista deve acenar com uma negociação em torno das propostas da
comunista para a área do desenvolvimento. Os projetos para o setor foram
centrais na campanha do PC do B.
A equipe de Fogaça deverá procurar também o deputado federal Beto Albuquerque (PSB), que coordenou a campanha de Manuela. Como o PC do B, o PSB também é um partido da esfera de influência do PT que nesta campanha optou por outro caminho. As negociações com PC do B e PSB, por conta disso, serão a mais difíceis para Fogaça.
A sedução de Rosário
O plano do PT de ter Manuela D´Ávila (PC do B) no palanque do segundo turno vem desde o início da campanha. Tanto que, apesar de cobranças de uma postura mais firme contra a comunista nos programas de TV, a coordenação de campanha preferiu restringir os ataques à coligação com o PPS, partido do candidato a vice, Berfran Rosado.
Vídeo mostra análise sobre o segundo turno:
Mas o
desejo agora é buscar uma aliança de oposição a Fogaça, com o tradicional parceiro PC do B, além do PSOL e do PSTU.
O deputado estadual Raul Pont lembrou que PC do B está no governo Lula e que a ex-deputada Jussara Cony dirige Grupo Hospitalar Conceição, em nome do governo Lula, apontando que os caminhos estão abertos para o diálogo.
Manuela alimenta esperanças
Ao reconhecer a derrota, ela deixou claro que a sua coligação, com sete partidos incluindo o PPS, têm autonomia. Como representa um nova força política em Porto Alegre, o grupo deve agir junto. Primeiro, cada sigla se reunirá internamente. Depois disso, tomarão uma posição conjunta.
Clique e veja opinião de Manuela sobre o resultado do pleito:
— Aliança política tem pouco a ver com natureza.
Não acredito em alinhamento automático. A nossa posição sobre o segundo turno não está definida — repetiu Manuela.
Coube ao presidente do PPS da Capital, Paulo Odone, fazer o discurso mais duro em relação ao PT após afirmar que a coligação com Manuela persistirá no futuro:
— O PT é arrogante e não admite ser coadjuvante. No Rio Grande do Sul, o PT parece que não aprendeu nada com Lula, que se tornou maior do que o partido. Hoje, existe uma distância imensa entre o PPS e a arrogância de Rosário e uma proximidade grande dessa aliança com Manuela.
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