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25 de abril de 2024
 

| 11/09/2008 | 03h18min

Candidato é suspeito de calote

Dinheiro seria utilizado para melhorar a qualidade de vida de crianças que perderam a mãe em acidente

Conselheiro tutelar e candidato a vereador, Fábio Kucera, do PTB, teria se apropriado de R$ 13,5 mil

Caxias do Sul - O conselheiro tutelar e candidato a vereador pelo PTB caxiense Fábio Vieira Kucera e sua companheira, Karili da Silveira Motta, ex-assessora do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), são suspeitos de terem se apropriado indevidamente de R$ 13,5 mil.

O dinheiro é referente ao seguro obrigatório por Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (Dpvat) a que tem direito o servente de obras Antônio Renato Sampaio da Silva, 45 anos.

Residente no bairro Cânyon, Antônio teve a filha Sônia Sampaio da Silva, 23, morta por atropelamento dia 16 de junho de 2007. Os dois filhos dela, de quatro e sete anos, ficaram sob a guarda do avô. Os três moram em uma casa de peça única em situação de vulnerabilidade social e são auxiliados pela Fundação de Assistência Social (FAS).

- Em outubro, o Fábio e sua mulher me levaram no cartório dizendo que iriam conseguir uma pensão para as crianças, mas para isso eu precisava assinar um papel. Como não sei escrever, coloquei o dedão no papel. Não sabia que era uma procuração para me representar em todas as situações - relembra Antônio.

Kucera teria se comprometido a requisitar o seguro, benefício federal a que tem direito familiares de mortos em acidentes. Para isso, em março deste ano ele contratou o advogado Alexander Pinheiro. O dinheiro foi depositado dia 9 de junho na conta de Antônio, mas o operário, analfabeto, não o recebeu.

- Queria aumentar a casa, comprar roupas para as crianças e fazer uma poupança para eles. Eu acreditei no Fábio porque ele era conselheiro tutelar. Depois que descobri que tinha sacado o dinheiro, ele nunca mais apareceu na minha casa - desabafa.

Pinheiro conta ter descoberto que o dinheiro foi sacado por Kucera quando procurou o servente para saber o que havia feito com os R$ 13,5 mil. Por lei, quem tem a guarda de menores deve informar ao Ministério Público (MP) como o dinheiro foi empregado. Como havia passado mais de 30 dias do saque e o operário não fez a declaração, o advogado resolveu alertá-lo.

- Soube que não havia recebido o dinheiro e nem tinha o cartão magnético bancário. Fomos até o banco, onde descobrimos que Fábio Kucera fez o saque. Liguei para o conselheiro tutelar, ele admitiu o saque e disse que iria conseguir o dinheiro para pagar seu Antônio - diz o advogado.

Pinheiro e Antônio comunicaram o MP e registraram ocorrência policial. Uma ação judicial de cobrança e dano moral tramita na 1ª Vara Cível e o inquérito policial está a cargo do titular do 1º Distrito Policial, delegado Vitor Carnaúba. Ninguém depôs até agora.

( roberto.dias@jornalpioneiro.com.br )

 

ROBERTO CARLOS DIAS

 

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